Eugénio de Andrade Matéria Solar (1980)
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"Olha, já nem sei de meus dedos roídos de desejo, tocava-te a camisa, desapertava um botão, adivinhava-te o peito cor de trigo, de pombo bravo, dizia eu, o verão quase no fim, o vento nos pinheiros, a chuva pressentia-se nos flancos, a noite, não tardaria a noite, eu amava o amor, essa lepra." |
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