2015-08-31

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.59)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) verdadeiramente só são fidalgas e ilustres aquelas famílias ou linhagens assinaladas pelo mérito, a riqueza e a gesta liberal dos seus representantes. Disse mérito, riqueza e gesta liberal, porque o grande que for vicioso será apenas um grande vicioso; o rico, que não for liberal, será apenas um avaro sem nada de seu, pois que possuir riquezas não basta. O importante é saber usar delas, não à matroca, mas com tino e inteligência. Ao cavaleiro pobre não lhe fica outro caminho para mostrar que é cavaleiro senão o do mérito. Tem de mostrar que é afável, bem-educado, cortês, acomodado e prestável. Que não seja soberbo, nem arrogante e murmurador. Mostre-se caridoso que, com dois ceitis que dá ao pobre de boa mente, competirá em liberalidade com o que, dando esmola, tilinta a moeda na bandeja, e quem o vir, exornado de tais virtudes, pois o não conheça, julgá-lo-á de boa raça, e seria absurdo que o não fosse. Louvá-lo-ão, porque por via de regra este prémio deve ser reservado às pessoas de merecimento. (...)"

2015-08-30

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.58)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) há quatro espécies de geração e a tantas, nota bem, se pode reduzir o género humano: uma é formada por aqueles que tiveram origem humilde, foram crescendo e engrandecendo-se até atingirem o grau mais alto; outra pelos que tiveram grandes princípios que foram conservando, conservam ainda e mantêm no pé em que começaram; uma terceira pelos que, embora oriundos de raiz ilustre, foram-se amesquinhando e desmembrando e acabaram em nada, como é o vértice da pirâmide em relação à sua base; uma última, e é a maior, a dos que não tiveram princípio ilustre, nem meio assinalado, e hão-de ter um fim igualmente obscuro, tais a plebe e gente ordinária. (...)"

2015-08-29

Quando a Lua é Cheia

Gaiteiros de Lisboa
música do álbum Macaréu (2002)

Quando a Lua é Cheia,
Continuo a olhar o céu,
Ainda que seja em vão.
Estimula a poética veia.
Impede que caia o véu,
Sobre o que sente o coração.

07: Quando a Lua é Cheia

Acidente vs. Incidente

acidente

a.ci.den.te - [ɐsiˈdẽt(ə)]
nome masculino
1. acontecimento casual ou inesperado; contingência, acaso
2. acontecimento repentino e desagradável; desastre, desgraça
3. qualidade não essencial de algo; pormenor, detalhe
4. MÚSICA sinal gráfico que indica alteração momentânea da armação de clave
5. irregularidade da superfície terrestre; desnível
6. MEDICINA reacção patológica inesperada que agrava uma doença
7. distribuição irregular da luz

acidente de trabalho
lesão física ou doença que ocorre no exercício da actividade profissional, causando a perda, total ou parcial, permanente ou temporária, da capacidade de trabalho

acidente vascular cerebral MEDICINA
situação em que o fluxo sanguíneo no cérebro é interrompido, reduzindo ou suprimindo o abastecimento de oxigénio e nutrientes, o que provoca a perda total ou parcial das funções cerebrais

acidentes eucarísticos RELIGIÃO
acidentes que persistem após a consagração do pão e do vinho (cor, sabor, cheiro e quantidade)

por acidente
por acaso

incidente

in.ci.den.te - [ĩsiˈdẽt(ə)]
adjectivo de 2 géneros
1. que incide
2. que sobrevém a outra coisa; superveniente; acessório
3. FÍSICA (raio) que encontra uma superfície
4. GRAMÁTICA (frase) que se junta à principal para a explicar ou restringir

nome masculino
1. circunstância acidental, acessória de um acontecimento principal; episódio
2. facto que altera o desenrolar dos acontecimentos; peripécia

acidente in Dicionário da Língua Portuguesa sem Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-08-29 08:45:00]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa-aao/acidente
incidente in Dicionário da Língua Portuguesa sem Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-08-29 08:45:00]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa-aao/incidente

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.53)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) se virmos uma pessoa bem vestida, com trajos caros ou pomposos e grande aparato da criadagem, somos inclinados a prestar-lhe a nossa vénia, posto que alguma hora tenha caído em baixeza de que fomos testemunha e no momento se nos represente ao espírito. Essa baixeza, seja devida a penúria ou nódoa de família, passou, passou, ninguém mais a vê. O que se vê é isso que existe, está presente. Se para mais essa pessoa a quem a fortuna safou da cepa torta, com tal baixeza por contrapeso (...) é tida à altura da prosperidade por bem-criada, liberal e polida com o próximo e não tiver embófias de ombrear com aqueles que são nobres por antiguidade, fica certa, Teresa, que não haverá fabiano que se lembre ainda do que ela foi, antes será reverenciada no que é, não falando nos invejosos que dos colmilhos desses ninguém está livre."

2015-08-28

Kraftwerk on Cycling, 3D, 'Spiritual Connection' to Detroit

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.46)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) cada verso havia de começar por uma letra de modo a que, juntando todas as primeiras letras de cima para baixo, se pronunciasse o nome dela: Dulcineia de Toboso.
(...) Não sendo assim, ela será como as mais, que não há mulher que acredite que lhe são consagrados versos."

2015-08-27

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.45)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Para mais, sempre ouvi dizer, entre outros aqui ao meu senhor, se sou bem lembrado, que é no meio, entre os dois extremos da cobardia e da temeridade, que tem lugar a valentia. Se assim é, não entendo que fuja sem ter de quê, nem arremeta quando é desapoderado fazê-lo. (...)"

2015-08-26

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.38-39)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Os historiadores que se permitem mentir deviam ser queimados como os que fazem moeda falsa. (...) para compor um livro, de histórias ou de qualquer género que seja, requer-se madureza de entendimento e segurança de critério. Falar ou escrever com chiste e a sua graça é particular aos grandes engenhos. A figura mais discreta da comédia é a do parvo, porque não há-de ser tolo nem simples para inculcar-se como tal. A história é como que uma coisa sagrada, visto que há-de ser verdadeira, e onde se encontra verdade encontra-se Deus. Não obstante, há quem faça e dê a lume livros como se fossem filhoses."

2015-08-25

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.31)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Onde quer que a virtude se encontre em grau eminente, conta que é combatida. Poucos ou nenhuns varões famosos da antiguidade deixaram de ser mordidos pela calúnia. (...)"

2015-08-24

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.27)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Efectivamente é próprio e natural dos bardos, não correspondidos ou desdenhados por suas damas, verdadeiras ou imaginárias, e ainda por aquelas que debaixo de nomes postiços elegeram para senhoras dos seus pensamentos, vingar-se mediante sátiras e epigramas. Mas eu reputo esta vingança imprópria de peitos generosos. (...)"

2015-08-23

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.24)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Ao presente é a preguiça que triunfa da diligência, a ociosidade do trabalho, o vício da virtude, a fanfarronice da bravura, e a teoria da prática das armas que tiveram a sua época de esplendor na idade de oiro e na dos cavaleiros andantes. (...)"

2015-08-22

Certeza vs. Dilema

certeza

cer.te.za - [sərˈtezɐ]
nome feminino
1. qualidade do que é certo
2. firmeza no que se afirma; convicção
3. coisa certa; evidência
4. estado de espírito caracterizado pela crença de que se está na posse da verdade
5. estabilidade

certeza moral FILOSOFIA
certeza que é fundamentada nos ditames do coração e no testemunho da consciência

com certeza
certamente

de certeza
sem dúvida

dilema

di.le.ma - [diˈlemɐ]
nome masculino
1. situação em que se é obrigado a escolher entre duas alternativas que se excluem mutuamente
2. FILOSOFIA raciocínio em que, posta uma alternativa ou disjunção, qualquer dos termos das alternativas leva à mesma conclusão

certeza in Dicionário da Língua Portuguesa sem Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-08-22 08:45:00]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa-aao/certeza
dilema in Dicionário da Língua Portuguesa sem Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-08-22 08:45:00]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa-aao/dilema

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.14)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"Honra pode tê-la o pobre, mas já não o perverso. Pobreza pode obscurecer a fidalguia do brasão, mas não manchar a do carácter. Basta que a virtude derrame alguma claridade, que mais não seja, para através das frinchas da angústia dar nas revistas aos nobres corações e ser apadrinhada."

2015-08-21

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.568)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"- Não é o mel para a boca do asno: ao seu tempo o verás, mulher, e hás-de ficar banzada quando os vassalos te derem senhoria.
- Que estás tu para aí a alanzoar de senhorias, ilhas e vassalos? - tornou Joana Pança, que assim se chamava a mulher de Sancho, não por serem parentes, mas porque é costume na Mancha tomarem as mulheres os cognomes dos maridos.
- Não te tisiques a querer saber tudo do pé para a mão. Acredita no que te digo e dá ao diabo o que sabes. Só te quero dizer de passagem que não há ofício mais regalado no mundo que ser um homem honrado escudeiro de cavaleiro andante que larga pelo mundo à cata de aventuras. (...)"

2015-08-20

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.555-556)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) embalavam-na as proezas que o sujeito se atribuía, numa palavra, acabou por enamorar-se dele antes que o próprio desse conta que havia despertado semelhante fatacaz. E como em negócios de amor, nada corre tão depressa e a sabor como quando é a mulher a desejar, fácil foi aos dois entenderem-se e primeiro que algum dos seus numerosos pretendentes chegasse a ter ventos de tontaria, já ela tinha passado palhetas a todos e ao querido e baboso pai, que mãe já não tem, de braço dado com o badameco, que desta empresa saiu vencedor em cheio. (...)"

2015-08-19

Suite para Violoncelo N.º 6 em Ré maior BWV 1012

Johann Sebastian Bach
interpretado por Mstislav Rostropovich
Suite para Violoncelo N.º 6 em Ré maior BWV 1012 (1717-23)

Concluo hoje a sugestão de audição das seis suites para violoncelo compostas por Johann Sebastian Bach, das quais aqui passei a primeira, a segunda, a terceira, a quarta e a quinta.
Convido também para a audição da sequência completa (basta seguir as ligações).

01: Prelude; 02: Allemande; 03: Courante; 04: Sarabande; 05: Gavottes; 06: Gigue

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.550)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) A quem incumbe ministrar a justiça senão ao senhor dos Estados?! E aí é que se vê a finura, o juízo recto, a boa intenção de acertar. Se esta falta desde o princípio, adeus república! A Providência tanto ajuda aqueles que põem a alma toda num negócio, como desfavorece os arranjistas e interesseiros."

2015-08-18

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.548)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) daqui se há-de inferir que qualquer capítulo que se leia da história de um cavaleiro andante causará o deleite e maravilha de quem a ler. Vossa Mercê creia no que lhe digo e vá ler esses livros. Verá como dissipam a melancolia, se é atreito a isso, e lhe dulcificam os humores se os traz maus. O que lhe posso garantir, pelo que me diz respeito, é que depois qu me meti a cavaleiro andante sou valente, comedido, liberal, bem-educado, generoso, cortês, audaz, meigo, tolerante, sofredor, até o estoicismo, de trabalhos, prisões e encantamentos. (...)"

"(...) O pobre está inibido de poder mostrar a virtude da largueza com quem quer que seja, posto a possua em sumo grau. E quanto a espírito de reconhecimento, esse consiste em vê-lo-emos, é um cadáver, como cadáver é a fé sem obras. (...)"

2015-08-17

The Ape Of Naples

Coil
The Ape Of Naples (2005)

Passei Coil aqui uma vez.
No final da semana passada "tropecei" neste álbum mais recente, um dos últimos deste grupo, gostei de ouvir e achei que valia a pena partilhar.
Fica a sugestão.

01: Fire Of The Mind; 02: The Last Amethyst Deceiver; 03: Tattooed Man; 04: Triple Sun; 05: It's In My Blood; 06: I Don't Get It; 07: Heaven's Blade; 08: Cold Cell; 09: Teenage Lightning 2005; 10: Amber Rain; 11: Going Up

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.530)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Todavia não continuei com a obra, não só por me parecer que me metia em coisas alheias à minha profissão, como por ver que é maior o número dos simples que dos espertos, e posto que seja melhor ser louvado por poucos sábios que assobiado pelos muitos tolos, prefiro não ter que me submeter ao juízo caprichoso do vulgo, ao qual anda adjudicada em grande parte a leitura de semelhantes livros. (...)"

2015-08-16

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.528)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"Se na composição literária, ao estilo ameno e simples se associarem faculdades imaginativas que tenham o condão de aproximar a invenção da verdade, ter-se-á uma tela urdida com muitos e formosos fios que, uma vez acabada, denote tal mestria e beleza que atinja o escopo a que visa a obra de arte: deleitar e instruir simultaneamente. A estrutura franca de semelhantes livros permite, com efeito, ao autor mostrar-se épico, lírico, trágico, cómico, com todos aqueles predicados que encerram em si as dulcíssimas e agradáveis ciências da poesia e da oratória, pois que a epopeia pode escrever-se tanto em prosa como em verso."

2015-08-15

Determinação vs. Indecisão

determinação

de.ter.mi.na.ção - [dətərminɐˈsɐ̃w̃]
nome feminino
1. acto ou efeito de determinar ou determinar-se
2. resolução; decisão
3. segurança; firmeza
4. ordem superior; prescrição
5. fixação; demarcação
6. coragem; afoiteza
7. FILOSOFIA o que especifica ou individualiza um ser

indecisão

in.de.ci.são - [ĩdəsiˈzɐ̃w̃]
nome feminino
1. estado ou qualidade de indeciso
2. hesitação; irresolução; perplexidade

determinação in Dicionário da Língua Portuguesa sem Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-08-15 08:45:00]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa-aao/determinação
indecisão in Dicionário da Língua Portuguesa sem Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-08-15 08:45:00]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa-aao/indecisão

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.526-527)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Embora o fim de tais livros seja o entretenimento, não sei bem como o podem conseguir, inçados como estão de tantos e tão desaforados disparates. O deleite, que é uma emoção subjectiva, promana do sentimento de beleza e harmonia que a vista ou a imaginação experimentam, Tudo o que encerra em si fealdade ou desproporção lhe é adverso. (...) Se me responderem que estes livros são adrede compostos com o carácter de ficção e mentira, portanto alheios a escrúpulos no que respeita a verdade, observarei que a mentira é tanto mais perfeita quanto mais ares dá de real e tanto mais agradável quanto mais se aproxima da natureza. Para que se tornem recomendáveis, hão-de as fábulas, puramente imaginativas, falar ao entendimento de quem as ler, com tornar acreditável o impossível e humanizar as monstruosidades. Será preciso que mantenham os ânimos em suspensão, e fascinem, arrebatem, divirtam, suscitando igualmente a admiração e o deleite. Dificilmente logrará satisfazer a estes requisitos o autor que fugir da verosimilhança e da imitação, tópicos essenciais da beleza literária. (...)"

2015-08-14

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.499)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) mais força tem o tempo para afeiçoar e destruir as coisas que a vontade humana."

Os Verdes Anos de Carlos Paredes


Carlos Paredes
Os Verdes Anos de Carlos Paredes: As Primeiras Gravações a Solo 1962-1963 (1962-1963/2003)

Não é primeira vez que proponho a audição de Carlos Paredes, tendo aqui passado uma das músicas que hoje se repete, parte da banda sonora do filme Verdes Anos, pelo próprio e em variação dos Kronos Quartet.
São dessa banda sonora as primeiras quatro músicas desta compilação remasterizada e editada em 2003, a partir das gravações originais de 1962-1963.

01: Despertar; 02: Raiz; 03: Acção; 04: Frustração; 05: Variações Em Si Menor; 06: Serenata; 07: Variações Em Lá Menor; 08: Danças Portuguesas Nº 1

2015-08-13

The Godfather Part II - Banda Sonora

Nino Rota
The Godfather Part II (Original Soundtrack) (1974)

aqui passei a banda sonora do filme O Padrinho, o primeiro.
Hoje voltei a estas músicas, nas variações compostas para O Padrinho, Parte II.

01: Main Title/The Immigrant; 02: A New Carpet; 03: Kay; 04: Ev'ry Time I Look In Your Eyes/After the Party; 05: Vito and Abbandando; 06: Senza Mamma/Ciuri-Ciuri/Napule Ve Salute; 07: The Godfathers At Home; 08: Remember Vito Andolini; 09: Michael Comes Home; 10: Marcia Stilo Italiano; 11: Ninna Nanna A Michele; 12: The Brothers Mourn; 13: Murder Of Don Fanucci; 14: End Title

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.430)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Alegam as letras que, sem elas, não poderiam sustentar-se as armas, porquanto a guerra tem as suas leis, às quais está sujeita, e as leis estão debaixo da alçada das letras e dos letrados. Contestam as armas que sem elas não se podiam sustentar as letras porque com armas se defendem as repúblicas, se conservam os reinos, se guardam as cidades, se policiam os caminhos, se expurgam os mares dos piratas e que, sem elas, as repúblicas, os reinos, as cidades, as estradas, os oceanos estariam expostos às mesmas calamidades que acarreta a guerra enquanto está acesa e se prevalece de todos os abusos e violências. E é princípio averiguado que aquilo que mais custoso é de obter em maior estima se tem e é tido. (...)"

2015-08-12

Electric Edwardians

In The Nursery
Electric Edwardians (2005)

Pertencente à linha Optical Music Series dos In The Nursery, outra banda sonora para filmes mudos, desta vez para os filmes da Mitchell & Kenyon Collection, registos documentais que oferecem um retrato visual sem paralelo da vida no norte de Inglaterra e na Escócia, em Gales e na Irlanda, no princípio do século XX.

01: EE000 - Opening Credits; 02: EE266 - Audley Range School; 03: EE269 - St Joseph's Scholars; 04: EE248 - Morecambe Church Lads Brigade; 05: EE525 - Degree Procession; 06: EE028 - Lumb & Co.; 07: EE058 - Pendlebury Colliery; 08: EE035 - Elswick Works; 09: EE059 - Butterworth & Sons; 10: EE602 - Parkgate Ironworks; 11: EE731 - North Sea Fisheries; 12: EE235 - Cunard Vessel; 13: EE291 - Whitsuntide Fair; 14: EE173 - Manchester Band Of Hope; 15: EE200 - Blackpool Victoria Pier; 16: EE553 - Leeds Cycling Club; 17: EE155 - Dewsbury V Manningham; 18: EE772 - Bioscope Show; 19: EE320 - Accrington Cricket Match; 20: EE617 - Halifax Street Scene; 21: EE327 - Burnley V Manchester United; 22: EE606 - Sheffield United V Bury; 23: EE286 - Preston Egg Rolling; 24: EE175 - Living Wigan; 25: EE614 - Tram Ride Into Halifax; 26: EE168 - Bradford Electric Tram Ride; 27: EE186 - Jamaica Street, Glasgow; 28: EE183 - Belfast Tramcar Ride; 29: EE726 - Wexford Bull Ring; 30: EE172 - Manchester Street Scene; 31: EE246 - Morecambe Tram Ride



Editado em 2017.06.30: substituída a playlist PLIoFxSeC9xA6Yk9BJ8A8UNGsKOMmBixrD pela presente

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.413)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) O senhor quis que eu fosse sua e qui-lo de maneira que, embora agora apeteça o contrário, já não é possível que deixe de ser meu. Repare, meu senhor, que o apego que lhe tenho pode compensar a lindeza e a fidalguia pelas quais quer deixar-me. Repare que já não pode ser da formosa Lucinda, porque é meu, nem ela pode ser sua, porque é de Cardénio. E mais fácil lhe será - se não, pense bem - obrigar a sua vontade a amar a quem o ama, do que encaminhar a que o queira a mulher que o detesta. (...)"

2015-08-11

Frantic - Banda Sonora

Ennio Morricone
Frantic - Original Motion Picture Soundtrack (1988)

Mais uma banda sonora composta por Ennio Morricone, desta vez para o filme de Roman Polanski, Frenético (Frantic), com Harrison Ford no papel de um médico cuja mulher desapareceu sem deixar rasto em Paris, e que pouco francês sabe falar...
Foi uma das minhas companhias musicais durante o dia.

01: Frantic; 02: On The Roofs Of Paris; 03: One Flugel Horn; 04: Six Short Interludes; 05: Nocturne For Michel; 06: In The Garage; 07: The Paris Project; 08: Sadly Nostalgic; 09: Frantic

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.387)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Chama-se um amor às direitas. Além dos quatro ssss, que deve possuir o perfeito amante, nada lhe falta do abecedário. Ora oiça, que eu sei-o de cor. É agradecido, bom, cavalheiro, dadivoso, enamorado, firme, galhardo, honrado, ilustre, leal, moço, nobre, oportuno, principal, quantioso, rico - tem os quatro ssss ou seja: sabedor, só, solícito, secreto - e é mais, tácito e verdadeiro - o x fica de fora por ser letra arrevesada, o ípsilon dito está - e, quanto ao z, quer maior zelador da honra da minha senhora?"

2015-08-10

Cat People - Banda Sonora

Giorgio Moroder
Cat People: Original Soundtrack (1982)

aqui passei parte desta banada sonora composta por Giorgio Moroder, com a participação de David Bowie em algumas das músicas.
Hoje encontrei-a completa, e foi o que estive a ouvir ao fim da tarde.

01: Cat People (Putting Out Fire); 02: The Autopsy; 03: Irena's Theme; 04: Night Rabbit; 05: Leopard Tree Dream; 06: Paul's Theme (Jogging Chase); 07: The Myth; 08: To the Bridge; 09: Transformation Seduction; 10: Bring the Prod



Editado em 2021.05.10: substituida a lista de reproduçao PL3YPwDXT3Pk34CpOnvEJcsQEfccEyt4on pela OLAK5uy_lniPbZa2b9rEmoSOvtYFnI-aHp71e5cSs

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.386-387)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Lá porque uma coisa se deu depressa, não tira nem põe. Ou, antes, põe, se é digna de apreço. Nunca ouviu dizer que dá duas vezes quem logo dá?
- Pois sim, mas também se diz que pouco se estima o que pouco custa.
- Isso não é consigo - redarguiu Leonela. - O amor, segundo se reza, uma vezes voa, outras anda de burrinhas. Com este corre, com aquele vai a passo de lesma. A uns produz calafrios, a outros febre. Fere aqui de raspão, mata acolá. Rompe a rugir que nem uma fera e breve se extingue na saciedade. Pela manhã põe o cerco a uma praça, e à noite obriga-se a capitular, pois que à sua força não se resiste. Sendo assim, como é, nada tem que recear. (...)"

2015-08-09

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.385)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"- Deve então acreditar-se em tudo quanto os poetas dizem? - objectou Camila.
- Em tanto que poetas, não - respondeu Lotário. - Como apaixonados, sim. Nem chegam sequer a dizer o que sentem."

2015-08-08

Solidão vs. Isolamento

solidão

so.li.dão - [suliˈdɐ̃w̃]
nome feminino
1. estado do que está só, isolamento
2. lugar solitário, retiro

isolamento

i.so.la.men.to - [izulɐˈmẽtu]
nome masculino
1. acto ou efeito de isolar
2. estado de pessoa ou coisa separada do que a rodeia; isolação
3. revestimento de algo com material que impede a passagem da corrente eléctrica, do som ou do calor

solidão in Dicionário da Língua Portuguesa sem Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-08-08 08:45:00]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa-aao/solidão
isolamento in Dicionário da Língua Portuguesa sem Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-08-08 08:45:00]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa-aao/isolamento

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.382-383)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"Acometeu-a então pela lisonja, exaltando-lhe a formosura, pois que não há coisa que mais depressa renda e abata as torres ameadas da vaidade numa mulher que a mesma vaidade servida por uma linguagem inteligente. (...)
Admira que Camila sucumbisse?! Admira que a amizade de Lotário desse em droga?! Sirva o exemplo para comprovar que a única maneira de vencer o amor é fugir-lhe, sendo temeridade travar luta peito a peito com tão poderoso inimigo, visto ser preciso para vencer opor às suas forças humanas forças divinas."

2015-08-07

In No Sense? Nonsense!

Art of Noise
In No Sense? Nonsense! (1987)

Regresso à música experimental dos Art of Noise...
Aos samples são adicionados outras sonoridades, como orquestra...
E com resultados espectaculares como em Opus for Four, Ode To Don Jose, Counterpoint ou Crusoe!

01: Galleons of Stone; 02: Dragnet; 03: Fin Du Temps; 04: How Rapid?; 05: Opus for Four; 06: Debut; 07: E.F.L.; 08: A Day at the Races; 09: Ode To Don Jose; 10: Counterpoint; 11: Roundabout 727; 12: Ransom on the Sand; 13: Roller 1; 14: Nothing Was Going to Stop Them Then, Anyway; 15: Crusoe; 16: One Earth



Editado me 2017.06.26: substituída a lista PLcDWfjxISqKUe3Wh3_iEOdtGCmRP2tmp9 pelo vídeo jh6Mft6ae5A

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.368)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Mas sou teu amigo e a afeição que te consagro não me consente que te abandone, exposto ao manifesto risco de perder-te. E, para que bem o compreendas, quero que me respondas, Anselmo: não me disseste que tenho de requestar a uma senhora recatada? induzir a uma honesta? subornar a uma desinteresseira? propor-me a uma prudente? Disseste, sim. Pois se tu sabes que tens mulher recatada, honesta, simples, prudente, que mais queres? E se pensas que há-de sair vencedora como sem dúvida há-de sair, que melhores títulos contas tu dar-lhe, que os que agora tem? Porventura ficará sendo ela mais do que o que já é? E uma de duas: ou tu não a tens pelo que dizes, ou tu não sabes o que pedes. Se a não tens pelo que dizes, para que te arriscas a experimentá-la? E neste caso, o que tens a fazer é conduzir-te com ela como merece.
Mas se é tão virtuosa e tão constante como crês, impertinentíssima coisa seria fazer experiência com a mesma evidência, pois uma vez feita, não ficaria ela mais estimada que dantes. E a conclusão a tirar é esta: empreender coisas de que é provável resultar antes dano que benefício é rematada loucura, mormente quando se faz de ânimo frívolo, sem que nada obrigue ou constranja."

2015-08-06

Opéra Sauvage

Vangelis
Opéra Sauvage (1979)

A terceira banda sonora que Vangelis compôs para documentários sobre a vida a animal do realizador francês Frédéric Rossif, das quais já aqui passei a primeira, L'Apocalypse des Animaux.
Esta é a minha preferida, das três...

01: Hymne; 02: Rêve; 03: L'Enfant; 04: Mouettes; 05: Chromatique; 06: Irlande; 07: Flamants Roses



Editado em 2016.10.06: substituído o vídeo _9f0dXhblZo pela lista de reprodução PLYa84zSxTXm__ZQ-9b4HVNEmdqM7TYZnd

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.367)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Os amigos verdadeiros hão-de pôr-se à prova usque ad aras, como disse um poeta, quer dizer que não se lhes deve exigir da dedicação nada que vá contra os preceitos eternos. Se assim o entendeu um gentio no que concerne a amizade, quanto mais o não há-de sentir um cristão que tem obrigação de saber que não deve por nenhum respeito humano perder o respeito divino? E quando o amigo fosse tão imprudente que esquecesse os seus deveres religiosos para valer ao amigo, não havia de ser por coisas fúteis e de importância transitória, mas por aquelas em tivesse empenhada honra e vida. (...)"

2015-08-05

The Celts

Enya
Enya/The Celts (1987/1992)

A sugestão de hoje vai para o primeiro álbum a solo de Enya.
Compostas para formarem a banda sonora de uma série da BBC sobre os celtas, estas músicas foram reunidas em álbum sob o titulo Enya em 1987, reeditado em 1992 já sob o título The Celts.
A última música aqui incluída, Eclipse, foi o lado B do single da música The Celts, e consiste numa versão invertida da música Deireadh An Tuath.

01: The Celts; 02: Aldebaran; 03: I Want Tomorrow; 04: March of The Celts; 05: Deireadh An Tuath; 06: The Sun in The Stream; 07: To Go Beyond (I); 08: Fairytale; 09: Epona; 10: Triad (St. Patrick, Cú Chulainn, Oisin); 11: Portrait; 12: Boadicea; 13: Bard Dance; 14: Dan y Dwr; 15: To Go Beyond (II); 16: Eclipse



Editado em 2016.10.27: substituído o video ptZ8cyxid_s por FUfrzSrjuhg

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.364)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Dizia ele e dizia bem que o homem casado, quando tem a sorte de possuir mulher formosa, deve ter tanto cuidado em ver que espécie de amigos admite em sua casa como com que amigas sua mulher conversa. (...)"

2015-08-04

The Lion King - Banda Sonora

Hans Zimmer e Elton John
The Lion King (1994/2014)

Já não é a primeira banda sonora de um desenho animado composta por Hans Zimmer que aqui passo, mas é certamente a mais conhecida... quanto mais não seja pelas músicas de Elton John.
Aqui fica a sugestão, numa edição comemorativa do 20.º aniversário - The Legacy Collection.

01: Circle of Life/Nants' Ingonyama (Elton John, interpretada por Carmen Twillie e Lebo M); 02: Didn't Your Mother Tell You Not to Play With Your Food; 03: We Are All Connected; 04: Hyenas in the Pride Lands; 05: I Just Can't Wait to Be King (Elton John, interpretada por Jason Weaver, Rowan Atkinson e Laura Williams); 06: Elephant Graveyard; 07: I Was Just Trying to Be Brave; 08: Be Prepared (Elton John, interpretada por Jeremy Irons, Whoopi Goldberg, Cheech Marin e Jim Cummings); 09: Simba, It's to Die For; 10: Stampede; 11: Mufasa Dies; 12: If You Ever Come Back We'll Kill You; 13: Bowling for Buzzards; 14: Hakuna Matata (Elton John, interpretada por Nathan Lane, Ernie Sabella, Jason Weaver e Joseph Williams); 15: We Gotta Bone to Pick With You; 16: Kings of the Past; 17: Nala, Is It Really You?; 18: Can You Feel the Love Tonight (interpretada por Joseph Williams, Sally Dworsky, Nathan Lane, Ernie Sabella e Kristle Edwards); 19: Remember Who You Are; 20: This Is My Home; 21: The Rightful King; 22: The Morning Report (Elton John, interpretada por James Earl Jones, Jeff Bennett e Evan Saucedo); 23: Warthog Rhapsody" Elton John, interpretada por Nathan Lane, Ernie Sabella e Jason Weaver); 24: We Are All Connected (Demo); 25: I Was Just Trying to Be Brave (Demo); 26: Stampede (Demo); 27: Mufasa Dies (Demo); 28: This Is My Home (Demo); 29: The Rightful King (Demo); 30: Circle of Life (Instrumental Demo); 31: Circle of Life (Elton John, interpretada por Elton John); 32: I Just Can't Wait to Be King (Elton John, interpretada por Elton John); 33: Can You Feel The Love Tonight (End Title)

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.355)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Quer saber o que acho mais bonito? São as lamúrias dos cavaleiros quando estão apartados de suas senhoras. Às vezes fazem-me tanta pena, tanta pena, que me vêm as lágrimas aos olhos!
- Se chorassem pela menina, bem decerto lhe dava remédio?... - interpôs Doroteia.
- Lá o que faria, não sei - respondeu a mocinha. - O que sei é que algumas daquelas senhoras mostram-se tão cruéis que os cavaleiros chamam-lhes tigres, leoas e outros mil impropérios. Jesus, Maria, muito desalmada e sem consciência é tal gente que só para não pôr os olhos num homem honrado o deixam morrer ou dar em doido. (...)"

2015-08-03

Mozart 252

Michael Nyman
Mozart 252 (2008)

Já há algum tempo que não passava Michael Nyman, por isso aqui vai...
O título deste álbum é uma referência bem humorada à comemoração do 250.º aniversário do nascimento de Mozart, que se comemorou em 2006, saindo este trabalho em... 2008.
Com apenas duas músicas originais, é natural que algumas destas músicas já tenham sido ouvidas neste blogue, mas dessas quero destacar esta, numa interpretação de Ute Lemper, que convido a ouvir também.

01: In Re Don Giovanni; 02: Revisiting the Don; 03: Trysting Fields; 04: Not Knowing the Ropes; 05: Wedding Tango; 06: Wheelbarrow Walk; 07: Fish Beach; 08: Knowing the Ropes; 09: O my Dear Papa; 10: I am an Unusual Thing; 11: Profit and Loss



Editado em 2019.03.22: substituída a lista de reprodução PLGlJzfnn4DhCfya99XRTB4FvYkvxOx3ol pela PLFXCJUMuL4HXZ13t9WqjTV2gYj6ycoh1D

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.344)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"- Dizeres-lhe que maldizia da sorte foi asneira. Não, eu não maldigo da sorte, pelo contrário. Todos os dias da vida eu a bendigo, por me ter feito digno de merecer que com todas as veras da alma eu ame tão alta senhora como é D. Dulcineia de Toboso."

2015-08-02

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.338)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) se não fosse ela, que infunde valor ao meu braço, não teria forças para matar uma mosca?! (...) quem imaginas tu que ganhou este reino, (...) senão o altíssimo valor de Dulcineia, arvorando o meu braço, digamos, em instrumento das suas façanhas? É ela que peleja em mim e vence em mim; eu vivo e respiro nela, e nela tenho alento e ser. (...)"

2015-08-01

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.337)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Se vos disse coisas supérfluas e mesmo sem tom nem som, hajam de desculpar e lembrem-se da palavra que proferiu ao princípio da história aqui o nosso reverendo: à força de trabalhos, a memória é como um cesto roto em que se deita água."