John Cage Quartets I-VIII (1976)
Peças compostas em 1976 para orquestra, interpretadas pela Radio-Sinfonie-Orchester Frankfurt dirigida por Lucas Vis em Novembro de 1992.
Estas são quartetos porque a certa altura apenas quatro instrumentos tocam em simultâneo. Foram feitas outras versões para 24 e 41 instrumentos. Todos os 8 quartetos são excertos de composições anteriores: I. Lift up your heads, o ye Gates (Jacob French); II. The Lord Descended (William Billings); III. Old North (W.B.); IV. New York (Andrew Law); V. Heath (W.B.); VI. Judea (W.B.); VII. Greenwich (A.L.); VIII. The Lord is Ris'n (W.B.). (Fonte: Web).
02: Quartets I-VIII
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2016-06-30
Quartets I-VIII
2016-06-29
The Curious Case Of Benjamin Button - Banda Sonora
Alexandre Desplat The Curious Case Of Benjamin Button (Music From The Motion Picture) (2008)
01: Postcards;
02: Mr. Gateau;
03: Meeting Daisy;
04: A New Life;
05: Love In Murmansk;
06: Meeting Again;
07: Mr. Button;
08: "Little Man" Oti;
09: Alone At Night;
10: It Was Nice To Have Met You;
11: Children's Games;
12: Submarine Attack;
13: The Hummingbird;
14: Sunrise On Lake Pontchartrain;
15: Daisy's Ballet Career;
16: The Accident;
17: Stay Out Of My Life;
18: Nothing Lasts;
19: Some Things You Never Forget;
20: Growing Younger;
21: Dying Away;
22: Love Returns;
23: Benjamin And Daisy
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2016-06-28
Tindersticks
Tindersticks Tindersticks (II) (1995)
01: El Diablo En El Ojo;
02: A Night In;
03: My Sister;
04: Tiny Tears;
05: Snowy In F# Minor;
06: Seaweed;
07: Vertrauen II;
08: Talk To Me;
09: No More Affairs;
10: Singing;
11: Travelling Light;
12: Cherry Blossoms;
13: She's Gone;
14: Mistakes;
15: Vertrauen III;
16: Sleepy Song
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2016-06-27
So
Peter Gabriel So (1989)
Já aqui fiz destaque à música que Peter Gabriel canta com Kate Bush, assim como aqui a música original da qual a última música é um versão, com a participação da sua autora Laurie Anderson.
Hoje convido à audição completa deste álbum.
01: Red Rain;
02: Sledgehammer;
03: Don't Give Up;
04: That Voice Again;
05: In Your Eyes;
06: Mercy Street;
07: Big Time;
08: We Do What We're Told (Milgram's 37);
09: This Is The Picture (Excellent Birds)
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2016-06-24
L'Histoire du Soldat
Igor Stravinsky L'Histoire du Soldat (1918)
Uma obra de Igor Stravinsky para septeto interpretada pelo The Prince William Symphony Players conduzido por David Montgomery, em Washington DC, 2012.
01: The Soldier's March; 02: By the Brook; 03: Pastorale; 04: By the Brook reprise; 05: Soldier's March Reprise; 06: The Royal March; 07: The Little Concert; 08: Tango, Waltz, and Ragtime; 09: The Devil's Dance; 10: Chorale; 11: The Devil's Triumphant March |
2016-06-23
An Ambush Of Ghosts
In The Nursery An Ambush Of Ghosts (2003)
Música dos In The Nursery para o filme com o mesmo nome, aqui na versão remasterizada que inclui uma faixa não incluída na edição original.
01: After Great Pain; 02: Sedation; 03: Lipstick; 04: Disoriented; 05: Archaize; 06: White Robe; 07: Cop Shed; 08: Running Scene; 09: Christian Returns; 10: Christian Decides; 11: Silk Robe; 12: Sedation 2; 13: Cop House; 14: Funeral Part 1; 15: Funeral Part 2; 16: Dear Grover; 17: Casus Belli; 18: Syntonic; 19: The Hidden Fortress; 20: Hallucinations?; 21: When I Write To You |
Elogio da Loucura (p.76-77)
Erasmo de Roterdão Stultitiae Laus (1509-1511) (trad. Álvaro Ribeiro)
"XLV - Mas, dirão, é mísero ser enganado; eu direi, misérrimo é não o ser. O maior erro é dos que estimam que a felicidade do homem está nas realidades; ela depende da opinião que ele tiver. (...)
O ânimo do homem é de tal maneira esculpido que muito mais lhe agrada a ficção, do que a verdade. (...) Quão pouco custa o acesso a esta felicidade! A mínima ciência, como a gramática, adquire-se à custa de grande esforço; mas a opinião forma-se facilmente; e esta conduz à facilidade, tanto ou mais do que aquela. Se um homem come toucinho pútrido, de que outro nem sequer suporta o cheiro, mas que lhe sabe a ambrósia, - que tem que ver a verdade com a felicidade? (...)" |
2016-06-22
American Beauty - Banda Sonora
Thomas Newman American Beauty (Original Motion Picture Score) (1999)
01: Dead Already;
02: Arose;
03: Power Of Denial;
04: Lunch With The King;
05: Mental Boy;
06: Mr. Smarty-Man;
07: Root Beer;
08: American Beauty;
09: Bloodless Freak;
10: Choking The Bishop;
11: Weirdest Home Videos;
12: Structure & Discipline;
13: Spartanette;
14: Angela Undress;
15: Marine;
16: Walk Home;
17: Blood Red;
18: Any Other Name;
19: Still Dead
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Elogio da Loucura (p.60)
Erasmo de Roterdão Stultitiae Laus (1509-1511) (trad. Álvaro Ribeiro)
[XXXVI]
"(...) Que há mais digno de louvor do que a verdade? Se bem que um provérbio de Alcibíades, segundo Platão, atribua a verdade ao vinho e à puerícia, todo esse louvor me é particularmente devido. Isto é testado por Eurípedes naquele célebre dito: «O louco só diz loucuras». O fátuo leva tudo quanto tem no peito à expressão do rosto, e ao movimento dos lábios. O sapiente tem duas línguas, que Eurípedes menciona: uma para dizer o que é verdadeiro, outra para dizer o que é oportuno. (...)" |
2016-06-21
Ambient 1 (Music For Airports)
Brian Eno Ambient 1 (Music For Airports) (1978)
O sexto álbum de estúdio de Brian Eno, o primeiro de quatro da série Ambient. Foi o primeiro álbum de sempre a caracterizar-se como Música Ambiental.
01: 1/1;
02: 2/1;
03: 1/2;
04: 2/2
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Elogio da Loucura (p.45-46)
Erasmo de Roterdão Stultitiae Laus (1509-1511) (trad. Álvaro Ribeiro)
[XVI]
"(...) Há dois obstáculos principais a vencer para chegar ao conhecimento das coisas: o pudor, que envolve de fumo a alma, e o medo que, mostrando o perigo, aconselha a evitar as façanhas. É a estultícia que maravilhosamente afasta os obstáculos. Poucos mortais compreendem quantas vantagens resultam deste preceito: nunca ter pudor, não deixar de ousar." |
2016-06-20
Summertime
Sting interpreta George Gershwin aria da ópera Porgy and Bess (1935)
Já que veio assinalar a Lua Cheia que hoje se completa, aproveita para celebrar também a entrada no Verão, com a interpretação de uma música que já aqui passei, com a Dutch Orchestra of the 21st Century em 1991.
"Summertime and the livin' is easy Fish are jumpin' and the cotton is high Your daddy's rich and your ma is good lookin' So hush, little baby, don't you cry One of these mornin's, you're gonna rise up singin' you're gonna spread your wings and you'll take to the sky But 'til that mornin', there is nothin' can harm you With Daddy and Mummy, standing by Don't you, don't you cry".
Summertime
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Moon over Bourbon Street
Sting música do álbum The Dream of the Blue Turtles (1985)
"There's a moon over Bourbon Street tonight
I see faces as they pass beneath the pale lamplight I've no choice but to follow that call The bright lights, the people, and the moon and all I pray everyday to be strong For I know what I do must be wrong Oh you'll never see my shade or hear the sound of my feet While there's a moon over Bourbon Street It was many years ago that I became what I am I was trapped in this life like an innocent lamb Now I can never show my face at noon And you'll only see me walking by the light of the moon The brim of my hat hides the eye of a beast I've the face of a sinner but the hands of a priest Oh you'll never see my shade or hear the sound of my feet While there's a moon over Bourbon Street She walks everyday through the streets of New Orleans She's innocent and young from a family of means I have stood many times outside her window at night To struggle with my instinct in the pale moonlight How could I be this way when I pray to God above I must love what I destroy and destroy the thing I love Oh you'll never see my shade or hear the sound of my feet While there's a moon over Bourbon Street".
09: Moon over Bourbon Street
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Elogio da Loucura (p37-38)
Erasmo de Roterdão Stultitiae Laus (1509-1511) (trad. Álvaro Ribeiro)
"XXII - Dizei-me: pode amar a alguém, aquele que se aborrece de si próprio? Pode concordar com alguém, aquele que está em dissídio consigo? Pode ser agradável a alguém, aquele que para si é grave e molesto? Ninguém o poderá afirmar, a não ser que seja mais estulto do que a Estultícia. Se me excluísseis, não poderíeis suportar o próximo, e contra vós próprios sentiríeis desgosto e ódio. A Natura, não poucas vezes mais madrasta do que a mãe, influi no engenho dos mortais, sobretudo dos poucos cordatos, o descontentamento do próprio e a admiração do alheio. O que faz viciar e perecer todos os dotes, toda a elegância, toda a graça da vida. De que serve a formosura, principal dádiva dos deuses imortais, se ela não for estimada? De que serve a mocidade, se for corrompida por uma tristeza senil? (...) Que é tão estulto, como a ti próprio agradares e admirares? Mas também que farás de belo, gracioso, decoroso, se estiveres descontente contigo? (...) Tão necessário é que cada qual esteja satisfeito consigo, e que procure o aplauso em si próprio antes de o procurar nos outros."
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2016-06-19
Elogio da Loucura (p.33)
Erasmo de Roterdão Stultitiae Laus (1509-1511) (trad. Álvaro Ribeiro)
[XVIII]
"(...) E o que caracteriza a natureza destas coisas é que quanto mais estultícia tiverem, mais alegram a vida dos mortais. Porque a vida, se for triste, nem sequer merece o nome de vida. (...)" |
2016-06-18
Féria vs. Férias
féria fé.ri.a - [ˈfɛrjɐ] nome feminino
1. dia de semana
2. salário semanal do operário 3. rol, lista desses salários 4. plural dias feriados em que se suspendem os trabalhos oficiais 5. plural determinado número de dias consecutivos, destinados ao descanso de trabalhadores ou estudantes 6. plural figurado descanso férias nome feminino plural de féria
féria in Dicionário da Língua Portuguesa sem Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2016-06-18 08:45:00]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa-aao/féria
férias in Dicionário da Língua Portuguesa sem Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2016-06-18 08:45:00]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa-aao/férias |
2016-06-17
SelmaSongs
Björk SelmaSongs (2000)
As músicas de Björk compostas para a banda sonora do filme Dancer In The Dark de Lars Von Trier, cuja personagem principal é protagonizada pela própria.
01: Overture;
02: Cvalda;
03: I've Seen It All;
04: Scatterheart;
05: In The Musicals;
06: 107 Steps;
07: New World
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Elogio da Loucura (p.30-31)
Erasmo de Roterdão Stultitiae Laus (1509-1511) (trad. Álvaro Ribeiro)
[XVI]
"(...) Vede primeiramente que providência a da Natureza, genitriz e fabricante do género humano, a de deixar em tudo o condimento da loucura. Com efeito, segundo a definição dos estóicos, a sapiência não é mais do que a conduta da razão; pelo contrário, a loucura consiste em deixar-se levar pelas paixões. Para que a vida dos homens não fosse inteiramente triste e tétrica, Júpiter deu-lhes mais paixões do que razão, - na proporção de um grão para meia-onça. Além disso relegou a razão para um canto estreito da cabeça, deixando o resto do corpo entregue às paixões. À razão opôs ainda dois tiranos violentíssimos a ira, que tem a sua sé no peito, com a própria fonte da vida que é o coração, e a concupiscência cujo império se dilata até ao baixo-ventre. Quanto vale a razão contra estas duas forças reunidas é o que a vida comum dos homens satisfatoriamente nos mostra. (...)" |
2016-06-16
The Dark Knight Rises - Banda Sonora
Hans Zimmer The Dark Knight Rises (Original Motion Picture Soundtrack) (2012)
No terceiro filme desta trilogia, Hans Zimmer assume por inteiro a composição da banda sonora, tendo James Newton Howard, com quem elaborou as duas anteriores (que já aqui e aqui passei), abandonado o projecto por este considerar que o seu contributo já não tinha nada a acrescentar à brilhante concepção da banda sonora do seu co-autor.
01: A Storm Is Coming;
02: On Thin Ice;
03: Gotham's Reckoning;
04: Mind If I Cut In?;
05: Underground Army;
06: Born In Darkness;
07: The Fire Rises;
08: Nothing Out There;
09: Despair;
10: Fear Will Find You;
11: Why Do We Fall?;
12: Death By Exile;
13: Imagine The Fire;
14: Necessary Evil;
15: Rise
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Elogio da Loucura (p.26-27)
Erasmo de Roterdão Stultitiae Laus (1509-1511) (trad. Álvaro Ribeiro)
[XIV]
"(...) Eu restituo ao próprio homem a época mais feliz da sua vida. Se os mortais decidissem desiludir-se do amor pela Sofia, e preferissem o comércio com a Folia, nenhum deles chegaria a velho, todos gozariam a felicidade da juventude perpétua. (...) Sofre assim a vida dos homens, porque eles não são perfeitos. Um testemunho de peso é o provérbio vulgar que diz ser a loucura a única coisa que detém a fugacíssima juventude e que afasta a incómoda senectude. (...)" |
2016-06-15
Where We Were
Greg Haines Where We Were (2013)
Outro trabalho de um músico que já aqui passei, este com um registo diferente, mais electrónico, que também vale a pena ouvir...
01: The Intruder;
02: Something Happened;
03: So It Goes;
04: Trasimeno;
05: The Whole;
06: Wake Mania Without End II;
07: Habenero;
08: Habenero (Version)
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Elogio da Loucura (p.24)
Erasmo de Roterdão Stultitiae Laus (1509-1511) (trad. Álvaro Ribeiro)
[XIII]
"Tal como, no dizer dos poetas, os deuses protegem com uma metamorfose aqueles que querem salvar da morte, assim eu reconduzo à puerícia os velhos que estão à beira do túmulo. O vulgo costuma dizer que eles estão na segunda infância. (...) faço-os beber a água do olvido que dilui pouco a pouco os cuidados e rejuvenesce a alma. Deliram, ficam tontos, dizem tolices? É isso mesmo; readquirem a infantilidade. Não é próprio da puerícia a inconsciência e a inconsequência? (...)" |
2016-06-14
Electronica 1: The Time Machine
Jean Michel Jarre Electronica 1: The Time Machine (2015)
Já aqui passei o mais recente álbum de Jean Michel Jarre, a segunda parte do projecto Electronica, e reparei que da primeira parte só aqui passei uma música, a em colaboração com Edgar Froese.
(Talvez por não ter gostado particularmente do que ouvi...) Mas hoje deixo aqui a proposta.
01: The Time Machine" (com Boys Noize);
02: Glory (com M83);
03: Close Your Eyes (com Air);
04: Automatic (Part 1) (com Vince Clarke);
05: Automatic (Part 2) (com Vince Clarke);
06: If..! (com Little Boots);
07: Immortals (com Fuck Buttons);
08: Suns Have Gone (com Moby);
09: Conquistador (com Gesaffelstein);
10: Travelator (Part 2) (com Pete Townshend);
11: Zero Gravity (com Tangerine Dream);
12: Rely on Me (com Laurie Anderson);
13: Stardust (com Armin van Buuren);
14: Watching You (com 3D of Massive Attack);
15: A Question of Blood (com John Carpenter);
16: The Train & The River (com Lang Lang)
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Elogio da Loucura (p.23)
Erasmo de Roterdão Stultitiae Laus (1509-1511) (trad. Álvaro Ribeiro)
[XII]
"(...) Não é verdade que a vida seria triste, aborrecida, insípida, molesta, se não tivesse o condimento do prazer, da folia e da loucura? Posso invocar o testemunho idóneo de Sófocles, nunca por demais louvado, que me fez o mais belo elogio: Quanto maior for a sabedoria, menos feliz a vida." |
2016-06-13
White Eagle
Tangerine Dream White Eagle (1982)
Este é o décimo sétimo álbum dos Tangerine Dream.
01: Mojave Plan;
02: Midnight In Tula;
03: Convention Of The 24;
04: White Eagle
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2016-06-12
Elogio da Loucura (p.21)
Erasmo de Roterdão Stultitiae Laus (1509-1511) (trad. Álvaro Ribeiro)
[XI]
"(...) O próprio pai dos deuses e rei dos homens que com um olhar faz tremer o Olimpo, tem que pôr de lado o raio trífido e o vulto titânico com que aterroriza todos os deuses, tem que usar de máscara, como um pobre comediante, quando lhe apetece... fazer o que faz com frequência... procurar ser pai. Os estóicos presumem de proximidade com os deuses. dai-me um que seja três, quatro ou, se quiserdes, mil vezes mais estóico do que todos os estóicos juntos; neste caso, talvez não consiga que ele corte a barba, insígnia da sapiência também comum ao bode; mas terá que alisar as sobrancelhas, desenrugar a fronte, abandonar os dogmas inflexíveis, atrever-se a dizer inépcias e a fazer tolices. Em suma, é a mim, só a mim, que recorrerá o sábio quando quiser ser pai. E porque não hei-de falar abertamente convosco, como é meu costume? Pergunto: é com a cabeça, com a face, com o peito, com as orelhas, com as partes do corpo denominadas honestas, que os deuses e os homens procriam? Não é. A propagatriz do género humano é uma parte do corpo tão estulta e tão ridícula, que não pode ser nomeada sem riso. (...)" |
2016-06-11
Elogio da Loucura (p.17)
Erasmo de Roterdão Stultitiae Laus (1509-1511) (trad. Álvaro Ribeiro)
[VI]
"(...) julgam preclaro imiscuir no discurso latino algumas palavras gregas, compor um mosaico que nem sempre vem a propósito. À falta de palavras exóticas, vão buscar quatro ou cinco fórmulas arcaicas aos pergaminhos pútridos, ofuscando com trevas os olhos do leitor, para que assim os entendedores mais orgulhosamente se deleitem e para que os ignorantes tanto mais admirem quanto menos compreendam. Pois é bem certo que todos encontram prazer no que lhes é mais alheio e distante. A vaidade está nisso interessada; riem, aplaudem, movem as orelhas como o asno que quer desse modo mostrar que compreendeu: (...)" |
2016-06-10
Elogio da Loucura (p.10-11)
Erasmo de Roterdão Stultitiae Laus (1509-1511) (trad. Álvaro Ribeiro)
[na dedicatória]
"Quanto aos que de mordacidade me acusam, responderei que sempre ao escritor foi permitida a liberdade de se rir das inferioridades da vida humana, com a condição de não ofender a ninguém. Admiro a delicadeza dos ouvidos do nosso tempo, que não admitem mais do que a linguagem plena de lisonja solene. Vemos religiosos que compreendem a sua confissão às avessas, e que tolerariam mais uma blasfémia gravíssima contra Cristo do que a mais leve sátira contra um pontífice ou um príncipe, sobretudo se lhe devem o pão. Criticar os costumes dos homens, sem atacar qualquer pessoa denominada, será efectivamente morder? Não será antes ensinar ou aconselhar? Aliás, não faço incessantemente a crítica de mim próprio? Uma sátira que não exclui género de vida, não ataca qualquer homem particular, mas os vícios de todos. Se alguém se ergue a clamar que foi lesado, procederá segundo a voz da sua consciência, que o acusa. (...)" |
2016-06-09
Pictures at an Exhibition
Isao Tomita Pictures at an Exhibition (1975)
Outro álbum de Isao Tomita, o que eu conhecia há mais tempo, de que já aqui passei Snowflakes Are Dancing, desta vez com interpretações da peça homónima de Mussorgsky.
01: Promenade;
02: The Gnome;
03: Promenade;
04: The Old Castle;
05: Promenade;
06: Tuileries;
07: Bydlo;
08: Promenade;
09: Ballet Of The Chicks In Their Shells;
10: The Two Jews;
11: Limoges/ Catacombs;
12: Cum Mortuis In Lingua Mortua;
13: Baba Yaga (Hut On Fowls' Legs);
14: Great Gate Of Kiev
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Editado em 2016.06.09: Substituído o vídeo XlodkU8jIP4 pela presente playlist
Elogia da Loucura (p.8)
Erasmo de Roterdão Stultitiae Laus (1509-1511) (trad. Álvaro Ribeiro)
[na dedicatória]
"(...) proclamarão que pretendo ressuscitar a comédia antiga e o estilo de Luciano, para assim morder em toda a gente. E na verdade, os que se ofendem com a leveza e jocosidade do argumento, deveriam cogitar em que o invento não é meu, antes provém de grandes autores. (...)" |
2016-06-08
Existir
Madredeus Existir (1990)
Já aqui e aqui passei músicas deste álbum dos Madredeus. Hoje vai o integral deste trabalho de confirmação do valor deste grupo.
01: Matinal (Vocal);
02: O Pastor;
03: O Navio;
04: Tardes De Bolonha (Instrumental);
05: O Ladrão;
06: Confissão;
07: O Pomar Das Laranjeiras;
08: Cuidado;
09: As Ilhas Dos Açores (Instrumental);
10: O Menino;
11: Solstício;
12: A Vontade De Mudar
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Editado em 2017.07.25: substituído o vídeo I5fMCuYgmaY pelo 3GjuR86HawY
O Velho e o Mar (p.106)
Ernest Hemingway The Old Man and the Sea (1952) (trad. Jorge de Sena)
"- Procuraram-me?
- Claro que sim. Os guarda-costas e os aviões. - O oceano é muito grande e o esquife é pequeno e difícil de ver - comentou o velho. E notou como era agradável ter com quem falar, em vez de falar só consigo e com o mar. - Senti a tua falta - disse. - Que apanhaste? - No primeiro dia, um. Outro no segundo, e dois no terceiro. - Foi muito bom. - Agora voltamos a pescar juntos. - Não. Eu não tenho sorte. Já não torno a ter sorte. - Para o diabo a sorte. Eu levo a sorte comigo. - E que dirá a tua família? - Quero lá saber! Pesquei ontem dois. Mas havemos de pescar juntos, que eu ainda tenho muito que aprender." |
2016-06-07
Central Park in the Dark
Charles Ives Central Park in the Dark (1906)
Composta em 1906, foi apresentada em conjunto com The Unanswered Question como Two Contemplations em 1908, e também com Hallowe’en e The Pond em Three Outdoor Scenes.
Aqui numa interpretação da BBC Symphony Orchestra, conduzida pelo maestro Lawrence Foster.
The Unanswered Question
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O Velho e o Mar (p.98)
Ernest Hemingway The Old Man and the Sea (1952) (trad. Jorge de Sena)
"- Lutar - respondeu. - Lutar até morrer.
Na treva, porém, sem clarão fulgindo, nem luzes, só com o vento e o firme impulso da vela, sentiu-se como se já estivesse morto. Juntou as mãos para sentir as palmas. Não estavam mortas, e era capaz de sentir a dor da vida, apenas com abri-las e fechá-las. Encostou as costas à popa, e reconheceu que não estava morto. Os ombros lho disseram." |
2016-06-06
Ser amado com amor
Miguel Esteves Cardoso crónica publicada no Público, de 6 de Junho (2016)
"Amar é achar que tivemos sorte e que não merecemos sermos amados por quem amamos.
Amar é perceber, pensar ou descobrir que toda a nossa satisfação, alegria e paz dependem do parecer amoroso — ou não — de uma única pessoa, que amamos quanto vivemos e faz de cada um de nós quem é. Ser amada ou amado é quase sempre independente de cada uma das nossas vontades. Amar é achar que tivemos sorte e que não merecemos sermos amados por quem amamos. O amor não é um ponto de contacto. É uma discrepância que se anuncia. É uma barreira contra o entendimento. Amar é coisa de uma só pessoa. Há pessoas que precisam de ser amadas que são incapazes de serem amadas. Mas também há pessoas que facilmente se amam (e que se deixam ou não amar) mas que são incapazes de amar. O amor é uma condição. Não é uma escolha. É o contrário de um destino. É um destino multiplicado por mil. Confunde-se com a nossa natureza. Confunde-se com a nossa existência. Confunde-nos e vence-nos porque amar, mesmo com um mínimo gigantesco de amor, facilmente se torna na maior — e mais linda — das nossas mais sinceras e menos ditadoras obrigações. Amar é prescindir de quem somos, na esperança estupidamente optimista que o pouco que nos resta, depois de tão desnecessário e cruel exercício, seja, talvez atraente, conforme uma avaliação sado-masoquista que, de modo nenhum, corresponde à realidade. Amar é pertencer a quem se ama, pelo amor que se tem a essa pessoa. Querer ser amado, tal como ser amado, pertence ao mundo do que não só não se sonha — como não existe. Mas existe." |
Mama
Genesis música do álbum Genesis (1983)
Hoje é para uma música que a minha mãe gosta muito.
Na versão longa do 12".
01: Mama
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O Velho e o Mar (p.89)
Ernest Hemingway The Old Man and the Sea (1952) (trad. Jorge de Sena)
"«É tolice não ter esperança», pensou. «Além de que suponho que é pecado. Não penses no pecado. Já sem ele há problemas de sobra. E do pecado não tenho entendimento.»
«Não tenho dele entendimento, e até me parece que não acredito nele. Talvez fosse pecado matar o peixe. Julgo que terá sido, embora o tenha morto para viver e dar de comer a muita gente. Mas então tudo é pecado. Não penses no pecado. É tarde de mais para isso, e há gente paga para pensar nele. Eles que pensem. Tu nasceste para pescador, como os peixes para serem pescados. S. Pedro era pescador, como o pai do grande DiMaggio.»" |
2016-06-05
O Velho e o Mar (p.88)
Ernest Hemingway The Old Man and the Sea (1952) (trad. Jorge de Sena)
"- Mas o homem não foi feito para a derrota - disse. - Um homem pode ser destruído, mas não derrotado. (...)"
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2016-06-04
O Velho e o Mar (p.85)
Ernest Hemingway The Old Man and the Sea (1952) (trad. Jorge de Sena)
"(...) Começou então a poder arrumar as ideias e pensou: «É ele quem me leva ou sou eu quem o leva a ele? Se eu o levasse a reboque, a questão não se punha. Nem se punha também, se o peixe viesse no barco, perdida a dignidade toda. Mas navegamos juntos, lado a lado.» E o velho pensou: «Pois que seja ele a levar-me, se isso lhe dá gosto. Eu só pela manha valho mais do que ele, que me não queria mal.»"
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2016-06-03
Send My Love (To Your New Lover)
Adele música do álbum 25 (2015)
Outra música do mais recente álbum de Adele, 25, com um video ainda fresquinho.
02: Send My Love (To Your New Lover) |
O Velho e o Mar (p.79)
Ernest Hemingway The Old Man and the Sea (1952) (trad. Jorge de Sena)
"«Tu estás a matar-me, peixe», pensou o velho. «Mas tens todo o direito. Nunca vi uma coisa maior, ou mais bela, ou mais serena ou mais nobre do que tu, meu irmão. Vem e mata-me. Não quero saber qual de nós mata.»
«Agora estás tu a perder a cabeça», pensou. «E não deves perder a cabeça. Não a percas, e aprende a sofrer como um homem. Ou como um peixe.»" |
2016-06-02
Close Encounters Of The Third Kind - Banda Sonora
John Williams Close Encounters Of The Third Kind (The Collector's Edition Soundtrack) (1977/1998)
01: Opening: Let There Be Light;
02: Navy Planes;
03: Lost Squadron;
04: Roy's First Encounter;
05: Encounter At Crescendo Summit;
06: Chasing UFOs;
07: False Alarm;
08: Barry's Kidnapping;
09: The Cover-Up;
10: Stars And Trucks;
11: Forming The Mountain;
12: TV Reveals;
13: Roy And Gillian On The Road;
14: The Mountain;
15: "Who Are You People?";
16: The Escape;
17: The Escape (Alternate Cue);
18: Trucking;
19: Climbing The Mountain;
20: Outstretch Hands;
21: Lightshow;
22: Barnstorming;
23: The Mothership;
24: Wild Signals;
25: The Returnees;
26: The Visitors/"Bye"/End Titles: The Special Edition
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O Velho e o Mar (p.76)
Ernest Hemingway The Old Man and the Sea (1952) (trad. Jorge de Sena)
"«Tenho de manter-lhe a dor no grau em que está», pensou. «A minha não importa. A minha, domino eu. Mas a dele pode enlouquecê-lo.»"
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2016-06-01
Pedro e o Lobo
Sergei Prokofiev Petya i volk, Op. 67 (1936/1990)
Pelo Dia da Criança, o célebre conto infantil composto por Prokofiev, aqui na versão em português, narrada por Eunice Muñoz e interpretada pela Nova Filarmonia Portuguesa dirigida por Álvaro Cassuto.
Pedro e o Lobo
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O Velho e o Mar (p.72)
Ernest Hemingway The Old Man and the Sea (1952) (trad. Jorge de Sena)
"Quando lhe pareceu que a mão direita estivera tempo suficiente na água, retirou-a e olhou para ela.
- Não está mal. E a dor não abate um homem." |
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