Ray Bradbury Fahrenheit 451 (1953) (trad. Casimiro da Piedade)
"Viu a lua baixa no céu. A lua, e aquela sua luz especial. Que vinha de onde? Do sol, obviamente. E de onde vinha a luz do sol? Do seu próprio fogo. E o sol lá continuava a arder no céu, dia após dia. O sol e o tempo. O sol e o tempo o fogo. Sempre a arder. O rio transportava-o suavemente. A arder. O sol e todos os relógios da terra. Tudo se juntou numa única coisa na sua mente. Depois de muito tempo a flutuar em terra e daquelas curtas horas a flutuar no rio, soube porque não devia voltar a pôr fogo a nada na sua vida.
O sol ardia todos os dias. Queimava o Tempo. O mundo corria em círculo e girava sobre o seu eixo, e o tempo estava já muito ocupado a queimar os anos e as pessoas, sem precisar da sua ajuda para o fazer. Por isso, se ele queimava coisas junto com os outros bombeiros enquanto o sol queimava o tempo, então tudo estava a ser queimado!" |
2022-04-28
Fahrenheit 451 (p.157)
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