2014-10-05

Jeannette Pointu: Le Fils de l'Inca

Wasterlain
Le Fils de l'Inca (1983)

Ainda as férias de Verão.
E outra história desta série de banda desenhada que li no telemóvel...
aqui falei das particularidades técnicas que é ler banda desenhada nesse pequeno ecrã, por isso não vou voltar a esse aspecto.
Gostei desta aventura que se desenvolve em torno da descoberta de uma improvável múmia inca num país onde não era suposto existir, e perturbada pelas guerrilhas pelo poder das várias forças militares desse país sul-americano...
E mais uma vez pontuada com retratos e críticas mais reais num ambiente (pouco) fictício:
"L'avocat - Écoutez, je ne devrais pas vous dire ça, mais la situation politique est malsaine! On arrête beaucoup de gens et certains disparaissent, vous comprenez?
Jeannette - Disparaissent!...
L'avocat - Oui, je veux dire qu'on ne les retrouve pas! Administrativement, il n'y a pas de traces de leur arrestation et ils restent ainsi em prison sans jamais être jugés! C'est peut-être la cas de votre ami!
Jeannette - Je dois aider Luiz à sortir de lá!"
Mas gostei particularmente da sensação de revisitar outras histórias desenhadas passadas nesses cenários, como as aventuras de Tintin no Templo do Sol, ou as de Spirou vividas na Palômbia.



E foi com esta leitura que passei parte da manhã daquele domingo, do fim-de-semana destinado à concretização da oferta da prenda de aniversário da mãe, que ocorreu na véspera.
Em complemento a esta, tinha pensado num passeio por Lisboa, em transportes públicos, a pensar principalmente no eléctrico, para levar a mãe a revisitar alguns dos seus locais de eleição. E levar as filhas também... bem, a mais velha disse logo que não queria ir...
E assim, depois do almoço lá fomos até Algés, para aí apanhar o eléctrico 15 até à baixa. A ideia era comprar daqueles bilhetes de um dia, mas as bilheteiras estavam encerradas e tivemos de comprar o bilhete ao guarda-freios, o que ficou mais carote...
Fiquei à janela, com a minha pequena ao colo e a minha mãe ao lado, num dos eléctricos antigos. Apanhá-lo em Algés foi uma boa opção, pois logo três ou quatro paragens adiante começou a encher-se de turistas, e fazer a viagem em pé aos solavancos não teria sido a mesma coisa...
Quando passámos pelos Jerónimos, indiquei à minha filhota onde era o "museu das múmias" que iríamos visitar daí a dias, e ela disse que queria ir já... Disse-lhe que não, que este dia era para passear por Lisboa, que tinha de esperar mais um ou dois dias... Fosse por isso, ou por o eléctrico ir muito cheio, ela começou a dizer que queria ir para casa...
Para a acalmar, anteciparam-se algumas bolachas destinadas ao lanche...
Chegados à primeira etapa, a Praça da Figueira e o Rossio, fomos à procura de um local onde pudéssemos comprar os tais bilhetes diários que, após algumas deambulações, me lembrei que podiam ser adquiridos na estação de Metro, numa daquelas simpáticas máquinas....
Seguimos para a Rua Augusta, onde a pequena logo se animou a correr atrás dos pombos (será genético? eheheh). E depois foi o homem-estátua. Mais à frente foi o espectáculo de duas bailarinas a interpretarem a dança do ventre, onde parámos para assistir. A pequenota já dizia que quando fosse bailarina também podia fazer aquilo para ganhar muito dinheiro ;-)
Continuámos até à Rua da Conceição, para aí apanharmos o eléctrico 28, tarefa que se revelou mais difícil que o previsto...
(Cabe aqui um parênteses para justificar que escolhi o domingo para passear nos transportes públicos porque pensei que seria um dia em que estariam desafogados... não me lembrei dos turistas, num domingo de Verão em Agosto... havia-os por todo o lado!)
Tivemos de deixar passar dois ou três eléctricos, que iam a abarrotar!, mas a longa espera valeu a pena, porque aquele que apanhámos ia vazio e pudemos ir sentados à janela... novamente!
E é um percusro que vale a pena apreciar à janela: Largo das Belas Artes, Chiado, Camões, Calhariz, S. Bento e Estrela, que foi onde saímos.
O Jardim da Estrela era o nosso objectivo principal - o jardim onde os meus pais por vezes namoravam... Sentámos-nos num banco a lanchar (o que sobrava do que levámos), a pequenita a correr atrás dos pombos, patos e outros pássaros. Fomos até ao quiosque/café do Jardim para comer mais qualquer coisa, onde a minha filhota logo meteu conversa com a rapariga que estava a limpar os talheres...
Depois, um bocadinho passado em cada um dos parques infantis que por lá há, enquanto víamos o jardim cheio de pessoas e ouvíamos música ao vivo... estava a decorrer um pequeno festival de jazz no coreto! Mas eram horas de começar o percurso de regresso, e não pudemos ficar mais tempo.
Voltámos à paragem do eléctrico, mas apareceu primeiro um mini-autocarro para o Largo do Rato e, já que estávamos numa de experimentar os vários transportes, entrámos. Foi engraçado porque ía depressa por ruas com curvas e altos e baixos, e eu e a minha mais nova íamos a tirar umas selfies (também eu!)... E a minha mãe também gostou porque deu a volta pelas ruas da sua juventude, que ela foi identificando, apesar das alterações dos muitos anos que passaram.



Depois enfiámo-nos no Metro para voltar a enfrentar uma das sinistras máquinas de admissão, que deixaram passar as minhas companheiras e me prenderam a mim do lado de cá... Passa que passa o bilhete e nada... Lá passou um casal de turistas (que já devia ter passado pelo mesmo) e nos ensinou a ultrapassar o obstáculo, voltando para trás e deixando-me passar em simultâneo com ele... Mudámos de linha na Rotunda e saímos nos Restauradores. Atravessámos o Rossio e fomos para a paragem do eléctrico na Praça da Figueira. Tudo a tempo de chegar a casa à hora do jantar.
Sim, se o eléctrico tivesse aparecido logo...
Bem, passaram vários, mas ora eram para o Castelo, ora eram para Belém, ou não iam além de Santo Amaro. Para Algés, nada...
Se a mais velha tivesse vindo connosco, teríamos ido jantar por ali, e voltávamos para casa depois, mas assim, tivemos de nos aguentar... A boa disposição e a paciência, quer a minha, quer a da mais nova, sofreram um pouco com a demora, mas o (des)esperado eléctrico lá apareceu, finalmente, ao fim de cerca de uma hora de espera... E, como não podia deixar de ser, apareceram dois! Claro que fomos para o da frente, que isto de eléctricos não passam uns à frente dos outros... É o não passam! Íamos nós a chegar aos Jerónimos, o nosso desvia para a entrada do Jardim do Ultramar, e o que vinha atrás segue viagem!!!...
Chegados a Algés, pegamos no carro, fomos a casa buscar a mais velha e fomos jantar ao centro comercial. E assim se completou o dia destinado a passear em Lisboa, nos transportes públicos...

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