William Faulkner Wild Palms * The Old Man (1939) (trad. Jorge de Sena e Ana Maria Chaves)
"(...) Eu compreendi, há algum tempo, que a ociosidade gera as nossas virtudes, as nossas mais suportáveis virtudes: a contemplação, a equanimidade, a preguiça, o deixar os outros em paz; boa digestão mental e física: a sabedoria de concentrar a atenção nos prazeres da carne: comer e evacuar e fornicar e estar sentado ao sol; que não há nada melhor, nada que se compare, nada no mundo senão viver o breve tempo em que nos é emprestado o respirar, estar vivo e sabê-lo... oh, sim, ela ensinou-me isso; ela marcou-me para sempre... nada, nada. Mas só recentemente é que eu vi claramente, tirei a conclusão lógica, que o que nós chamamo primaciais virtudes: a economia, trabalho, «independência», isso é que gera todos so vícios: fanatismo, petulância, mexeriquice, medo, e pior que tudo, respeitabilidade. (...)"
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2014-10-26
Palmeiras Bravas | Rio Velho (p.139-140)
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