2014-10-22

Palmeiras Bravas | Rio Velho (p.101)

William Faulkner
Wild Palms * The Old Man (1939)
(trad. Jorge de Sena e Ana Maria Chaves)


"(...) Ouve, há-de tudo ser lua-de-mel, sempre. Até que um de nós morra, Não pode ser outra coisa. Ou céu, ou inferno; nada de purgatório pacífico, seguro e confortável, entre ambos, para tu e eu esperarmos, até que o bom comportamento ou a resistência ou a vergonha ou o arrependimento levem a melhor de nós.
- Não é portanto em mim que acreditas, confias; é no amor. - Ela olhou para ele. - Não exactamente em mim; em qualquer homem.
- Sim. O amor. Dizem que o amor morre entre duas pessoas. É falso. Não morre. Deixa uma pessoa, vai-se embora, se a pessoa não é bastante boa, bastante digna. Não morre; a pessoa é que morre. É como o oceano; se não fores bom, se começares a cheirar mal dentro dele, ele cospe-te para morreres noutra parte. Morres na mesma, mas eu antes quero morrer no oceano do que ser cuspida para uma praia perdida e secar lá ao sol até tornar-me uma mistela fedorenta sem nome, só com Aqui jaz por epitáfio. (...)"

Sem comentários: