2014-07-05

Kim (p.291)

Rudyard Kipling
Kim (1901)
(trad. Monteiro Lobato)


"Não sentia vontade de chorar, jamais na sua vida sentira menos vontade de chorar, mas, de súbito, lágrimas sem razão borbulharam-lhe nos olhos, e quase materialmente Kim percebeu que se articulava de novo com o ambiente externo. Coisas que pouco antes lhe pareciam sem sentido, voltaram a tê-lo, e nas proporções normais. As estradas existiam para ser transitadas; as residências, para que os homens nelas morassem; o gado, para ser tangido; os campos, para serem cultivados e os homens e mulheres, para conversar. Tudo real, tudo vivo, tudo bem plantado sobre os pés, perfeitamente inteligível. Kim abanou a cabeça como um cachorro com pulgas na orelha e saiu sem destino."

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