2014-11-23

O Jogo das Contas de Vidro (p.155)

Hermann Hesse
Das Glasperlenspiel (1943)
(trad. Carlos Leite)


"(...) A sorte nada tem a ver com a razão nem com a moral. É, por essência, mágica, atributo dum nível precoce e juvenil da Humanidade. O ingénuo que tem sorte, que recebe prendas das fadas, que é estragado pelos deuses, não é um objecto de observação racional e, por consequência, não é sujeito de biografia, é um símbolo, ultrapassa os limites da personalidade e da história. Há no entanto homens eminentes em cuja vida não se pode abstrair da «sorte»: o simples facto de terem achado efectivamente, de terem encontrado na história e nas suas vidas a tarefa que lhes era adequada, de não terem nascido nem demasiado cedo nem tarde de mais, não é já uma «sorte»? (...)"

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