António Gedeão Obra Poética [Máquina de Fogo] (1961-2001)
"Amor sem tréguas
É necessário amar, qualquer coisa ou alguém; o que interessa é gostar não importa de quem. Não importa de quem, nem importa de quê; o que interessa é amar mesmo o que não se vê. Pode ser uma mulher, uma pedra, uma flor, uma coisa qualquer, seja lá o que for. Pode até nem ser nada que em ser se concretize, coisa apenas pensada, que a sonhar se precise. Amar por claridade, sem dever a cumprir; uma oportunidade para olhar e sorrir. Ama como o homem forte só ele o sabe e pode-o; amar até à morte, amar até ao ódio. Que o ódio, infelizmente, quando o clima é de horror, é forma inteligente de se morrer de amor." |
2015-06-28
Obra Poética (p.104)
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