António Gedeão Obra Poética [Movimento Perpétuo] (1956-2001)
"Tempo de poesia
Todo o tempo é de poesia. Desde a névoa da manhã à névoa do outro dia. Desde a quentura do ventre à frigidez da agonia. Todo o tempo é de poesia. Entre bombas que deflagram. Corolas que se desdobram. Corpos que em sangue soçobram. Vidas que a amar se consagram. Sob a cúpula sombria das mãos que pedem vingança. Sob o arco da aliança da celeste alegoria. Todo o tempo é de poesia. Desde a arrumação do caos à confusão da harmonia." |
2015-06-14
Obra Poética (p.28)
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