Hermann Hesse Das Glasperlenspiel (1943) (trad. Carlos Leite)
"(...) verificou que, no fundo de si próprio, se tinha desligado e afastado de tudo, e que todas as jóias deste pequeno mundo perfeitamente concebido já não o satisfaziam nem o cativavam. Waldzell e o seu Magistério pareciam já como se pertencessem ao passado: era um território que atravessara, que lhe dera muito e lhe ensinara muito, mas que doravante já não poderia excitar as suas forças e a sua actividade. Pouco a pouco, durante este período de lento desprendimento e de adeus, deu-se igualmente conta de que o que fazia de si um estrangeiro e o levava a partir era talvez menos o conhecimento dos perigos que ameaçavam Castália e a preocupação com o futuro desta, do que muito simplesmente esta parte do seu ser, do seu coração, da sua alma que ficara vazia e desocupada e que exigia, agora, o que lhe era devido e procurava a plenitude."
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2014-12-07
O Jogo das Contas de Vidro (p.274-275)
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