Luigi Pirandello Uno, Nessuno e Centomila (1926) (trad. Maria Jorge Vilar de Figueiredo)
"(...) E só então, pensando que o espanto que se seguiu à indignação era mágoa e humilhação, a minha mulher, para me consolar, aconselhou-me a não me preocupar muito com isso porque, afinal de contas, e apesar dos meus defeitos, eu continuava a ser um belo homem.
Desafio quem quer que seja a não se irritar, ao receber como generosa concessão aquilo que como direito lhe fora antes negado. Esbocei um venenoso «obrigado» e, certo de não haver motivo nem para me atormentar nem para me sentir humilhado, não dei qualquer importância àqueles pequenos defeitos, mas (...) ter tido de esperar pelo casamento para reparar que os tinha defeituosos. - Ó espanto! Pois não é sabido que as mulheres são feitas de propósito para descobrirem os defeitos dos maridos?" |
2015-01-19
Um, Ninguém e Cem Mil (p.12)
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