Luigi Pirandello Uno, Nessuno e Centomila (1926) (trad. Maria Jorge Vilar de Figueiredo)
"(...) Será porventura a consciência algo de absoluto que possa bastar-se a si própria? Se estivéssemos sós, talvez fosse. Mas, nesse caso, meus senhores, não haveria consciência. Infelizmente existo eu e existem vocês. Infelizmente.
E que significa, então, dizerem que têm a vossa consciência e que isso vos basta? Significa que os outros podem pensar de vocês e julgar-vos como lhes aprouver, isto é, injustamente, porque entretanto vocês estão tranquilos e confortados por não terem procedido mal? Oh, por favor, e se não são os outros que vos dão essa segurança, esse conforto, quem vo-lo dá? Vocês mesmos? Como? Ah, eu sei como: acreditando obstinadamente que, se os outros estivessem no vosso lugar e lhes acontecesse o mesmo que a vocês, todos teriam procedido da mesma forma, nem mais nem menos." |
2015-01-22
Um, Ninguém e Cem Mil (p.31)
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