Thomas Mann Der Zauberberg (1924) (trad. Herbert Caro)
"(...) foi privado sobretudo do amor das mulheres, e foi isso, antes de mais nada, o que o tornou incapaz de impedir a desagregação da sua alma. O esplendor da glória e da virtude empalidecia ante os seus olhos; a Natureza afigurava-se-lhe má - de resto é realmente maldosa, estúpida e má; neste ponto concordo com ele - e desesperou, é terrível dizê-lo, desesperou da Ciência e do Progresso. (...) Não me fale da «espiritualização» que pode resultar da doença, por amor de Deus, não faça isso! Uma alma sem corpo é tão desumana e atroz como um corpo sem alma. O primeiro é, aliás, uma rara excepção, e o segundo, é regra. Regra geral é o corpo que tem a supremacia, açambarca toda a vida, toda a importância, e emancipa-se da maneira mais repugnante. Um homem que vive como doente é corpo e nada mais, e nisso está o anti-humano, o humilhante... Na maioria das vezes não vale mais que um cadáver..." |
2014-08-07
A Montanha Mágica (p.106)
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