Marguerite Yourcenar L'Oeuvre au Noir (1968) (trad. António Ramos Rosa, Luísa Neto Jorge e Manuel João Gomes)
"- É estranho que para nós, cristãos, sejam as pretensas desordens da carne consideradas o mal por excelência - disse Zenão, meditativo. - Não há quem castigue com nojo a raiva, a brutalidade, a selvajaria, a barbárie, a injustiça. Amanhã, ninguém se lembrará de considerar obscenas as pessoas que vierem ver-me contorcer no meio das chamas.
O cónego tapou o rosto com uma das mãos. - Desculpai, padre - disse Zenão. - Non decet. Não tornarei a cometer a indecência de tentar mostrar as coisas como elas são." |
2015-03-14
A Obra ao Negro (p.246)
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