2015-03-25

Romance da Raposa (p.62-63)

Aquilino Ribeiro
Romance da Raposa (1924)

"Correram os cortesãos e foram dar com ele estendido à entrada do palácio, grande, magro e funéreo. Do fundo das brenhas acudiu a população e, como o lobo fora governador despótico e sanguinário, os bichos todos entoaram um coro de alegria. Depois achincalharam o cadáver. A fuinha bateu sobre ele o fandango e dois passos de tango; o toirão deu-lhe beliscão de criar lesão; o gato bravo espetou-lhe um cravo. E, ao tempo que iam praticando no morto toda a casta de desacatos, protestavam dali em diante viver na descuidosa paz das repúblicas."

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