2015-09-30

Rattle That Lock

David Gilmour
música do álbum Rattle That Lock (2015)








02: Rattle That Lock

2015-09-29

The Jazz Album

Dmitri Shostakovich
The Jazz Album (1999)

Op. 38a: Suite for Jazz Orchestra No. 1 (1934)
Op. 35: Piano Concerto No. 1 in C minor (1933)
Suite for Variety Orchestra (post-1956)
Op. 16: Tahiti-Trot for orchestra (1928)

01: Jazz Suite 1: 01.1: Waltz; 01.2: Polka; 01.3: Foxtrot; 02: Piano Concerto No. 1 for piano, trumpet and strings, opus 35: 02.1: Allegretto; 02.2: Lento; 02.3: Moderato; 02.4: Allegro con brio; 03: Suite for Variety Orchestra: 03.1: March; 03.5: Lyric Waltz (in C minor and E-flat major); 03.2: Dance 1; 03.6: Waltz 1 (in B-flat major and A major); 03.4: Little Polka; 03.7: Waltz 2 (in C minor and E-flat major); 03.3: Dance 2; 03.8: Finale; 04: Tea for Two, opus 2 (Tahiti Trot)


D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.356)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1615)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) a diligência é mãe da boa sorte e a perguiça, sua contrária, jamais atingiu a meta a que é justo conduzir um desejo legítimo."

2015-09-28

Moon Song (That Wasn't Meant for Me)

Sam Coslow (música) e Arthur Johnston (letra)
música da banda sonora Hello, Everybody! (1932)

Hoje temos Lua Cheia novamente.
Aqui fica mais uma música a propósito,
Em várias interpretações:

"Once I tried to capture the rapture of the night
Silly dreams I knew would disappear
But it seems they left a souvenir
One refrain eternally will haunt me
Taunt me
It came from nowhere
The night that we met
Was like a melodious plea
Sweet moon song
That wasn't meant for me
Why is it always reminding me of
A love dream that never could be
Sweet moon song
That wasn't meant for me
It came gliding into my heart
Riding on a moonbeam
From above
Sorrow ended
And the whole world blended
In a rhapsody of love
Then I heard him singing to somebody else
What I thought was my melody
Sweet moon song
That wasn't meant for me"

Kate Smith (1932, Hello, Everybody! OST); Paul Weston (1955, Melodies For Moonlight); Doris Day (1957, Day by Night); Sue Raney (1958, When Your Lover Has Gone); Frank Sinatra ‎(1966, Moonlight Sinatra); Dan Barrett e Rebecca Kilgore (1998, Moon Song)

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.351)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1615)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) hás-de pôr os olhos em quem és, procurando conhecer-te a ti mesmo, que é o conhecimento mais difícil que pode conceber-se. Conhecendo-te, resultará não inchares como a rã que se quis igualar ao boi. (...)
(...)
(...) os que não são de origem ilustre devem aliar a gravidade do cargo que exercem um trato afável e prudente, que é a maneira de quebrar a dentuça à maledicência.
»Não te envergonhes da humildade da tua linhagem, filho de campónios como és. Vendo que te não vexas neste particular, ninguém cuidará em vexar-te. Preza-te mais de seres homem de bem na humildade do que corrupto na soberba. (...)
(...) O sangue herda-se, a virtude adquire-se, e a virtude vale por si só o que o sangue não vale."

2015-09-27

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.349)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1615)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"- Venha então lá essa ilha - pronunciou Sancho. - Eu tratarei de ser um governador que, apesar dos velhacos, suba direito ao céu. E se a aceito não é tanto pela ambição de sair da cepa torta, como pelo desejo que tenho de tomar o gosto a isso que chamam governar.
- Em provando uma vez, lambeis-lhe os dedos, que é coisa dulcíssima mandar e ser obedecido. (...)"

2015-09-26

Inspiração vs. Motivação

inspiração

ins.pi.ra.ção - [ĩʃpirɐˈsɐ̃w̃]
nome feminino
1. FISIOLOGIA acção através da qual o ar entra nos pulmões
2. insuflação divina
3. faculdade criadora
4. acção de inspirar algo a alguém; influência
5. sugestão; lembrança
6. ideia ou pensamento súbito

motivação

mo.ti.va.ção - [mutivɐˈsɐ̃w̃]
nome feminino
1. acto de motivar
2. acto de despertar o interesse para algo
3. conjunto de factores que determinam a conduta de alguém
4. processo que desencadeia uma actividade consciente
5. exposição de motivos
6. LITERATURA relação intrínseca e natural existente entre um signo e o seu referente
7. apresentação de um centro de estudo que visa despertar o interesse e mobilizar a actividade do aluno

inspiração in Dicionário da Língua Portuguesa sem Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-09-26 08:45:00]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa-aao/inspiração
motivação in Dicionário da Língua Portuguesa sem Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-09-26 08:45:00]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa-aao/motivação

2015-09-25

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.301)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1615)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"- Senhora, onde há música não pode haver azar.
- Tão pouco, onde há luz e claridade - respondeu a duquesa.
- Luz dá-a o lume - retrucou Sancho - e claridade dão-na as fogueiras, como estamos a ver nas que estão a arder por essa mata fora e podia acontecer que nos torrassem nelas. Agora música, minha senhora, é indício de regozijo e de festas."

2015-09-24

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.297)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1615)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) A caça de altanaria é de todos os exercícios o mais útil e necessário que há para príncipes e reis. Tal caça é a imagem da guerra. Nela se aprendem estratagemas, ardis, ciladas com que vencer o inimigo sem correr riscos. Tem que se aguentar frios rigorosos e calores intoleráveis. Desdenha-se do descanso e do sono; roboram-se forças; os membros adquirem agilidade; enfim, é um exercício que se pode praticar sem prejuízo de ninguém e agrado de muitos. O que o torna mais recomendável é que não é para toda a gente, como as outras espécies de caça, não contando a volataria, essa reservada também a reis e grãos senhores. (...)"

2015-09-23

D. Quixote de la mancha (vol.II, p.290)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1615)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Ninguém nasce ensinado e dos homens é que se fazem os bispos e não das pedras. (...)"

2015-09-22

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.282-283)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1615)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Sabemos de ginjeira que não é preciso possuir grandes sabenças nem luzes para ser governador. Há para aí sujeitinhos que não sabem qual é a mão direita e são uns águias a governar. A questão toda é que sejam bem-intencionados e se esforcem por acertar. Não lhes há-de faltar quem os aconselhe e encarreire no que devem fazer, como temos o exemplo nos governadores fidalgos e iletrados que têm assessores para falar por eles. (...)"

2015-09-21

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.276)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1615)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) entre o agravo e a afronta há, como Vossa Excelência muito bem sabe, esta diferença: a afronta parte de quem a pode fazer, a faz e a sustenta; o agravo pode ter qualquer procedência, sem que afronte. Por exemplo: está um homem na rua, muito descuidado; chegam dez tipos com os seus cacetes e tratam de lhe cascar. Ele arrancou da espada e dispõe-se a cumprir o seu dever; mas a mó dos inimigos não lhe permite levar a desforra a bom fim. Este homem recebeu um agravo, mas não uma afronta. Outro exemplo, e este para confirmação: está um sujeito de costas voltadas; vem um por detrás e assenta-lhe duas pauladas. Depois de ter cometido o bonito feito, deita a fugir e escapa-se sem que o agredido o alcance. O que apanhou as pancadas recebeu um agravo, mas não uma afronta, porque para sê-lo havia de ser sustentada. Se o que deu as pauladas, embora à traição, levasse a mão à espada, e a pé quedo fizesse frente ao seu inimigo, então, sim, o espancado ficaria agravado e afrontado conjuntamente; agravado porque lhe tinham batido à falsa fé; afrontado porque o que lhe bateu sustentou o que havia feito, sem retirar, a pé firme. (...)"

2015-09-20

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.274)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1615)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Uns vão pela larga avenida da ambição e soberbia, outros pela da lisonja servil e reles, ainda uns tantos pela da hipocrisia astuciosa e alguns pela da sincera religiosidades. Eu, tocado pela minha boa estrela, sigo pela apertada vereda da Cavalaria andante, pelo exercício da qual desprezo a fortuna, mas não a honra. Tenho vingado agravos, endireitado tortos, punido insolências, batido gigantes e feito em pó a mil aventesmas. Sou enamorado; mas sou-o porque é forçoso que os cavaleiros andantes o sejam. Mas, sendo-o, não pertenço à classe dos viciosos, mas sim dos platónicos e cerebrais. As minhas intenções são sempre dirigidas para bons fins, e consistem em fazer bem a todos e mal a ninguém. (...)"

2015-09-19

Real vs. Ideal

real

re.al - [ˈʀjaɫ]
adjectivo de 2 géneros
1. que existe de verdade; que não é imaginário; verdadeiro; efectivo
2. que é relativo às coisas (bens) e não às pessoas
3. que considera as próprias coisas e não os termos que as exprimem
4. ECONOMIA (valor) que foi corrigido do efeito da inflação, deflacionado
nome masculino
tudo o que existe efectivamente

função do real PSICOLOGIA
operação psíquica, perturbada em certos casos de psicastenia e de esquizofrenia, pela qual se constitui o sentimento da realidade dos objectos do mundo exterior e a adaptação dos actos e do pensamento a essa realidade e ao momento presente

número real MATEMÁTICA
número racional ou irracional, número complexo real (por oposição a imaginário)

ideal

i.de.al - [iˈdjaɫ]
adjectivo de 2 géneros
1. que constitui uma ideia ou a determinação de uma ideia
2. espiritual
3. que não existe na realidade; imaginário; quimérico; fantástico
4. perfeito
5. exemplar; modelar
6. melhor
nome masculino
1. princípio ou valor que se defende e em que se acredita
2. aspiração mais elevada
3. modelo
4. perfeição; sublimidade

gás ideal FÍSICA
gás cujo comportamento estaria de acordo com as leis de Boyle-Mariotte (R. Boyle, físico e químico irlandês, 1627-1691, E. Mariotte, físico francês, 1620-1684) e de Gay-Lussac (J. L. Gay-Lussac, físico e químico francês, 1778-1850), o que exigiria moléculas pontuais perfeitamente elásticas e ausência de atracção mútua entre elas

real in Dicionário da Língua Portuguesa sem Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-09-19 08:45:00]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa-aao/real
ideal in Dicionário da Língua Portuguesa sem Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-09-19 08:45:00]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa-aao/ideal

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.241)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1615)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) quando a ira transborda do peito de um homem, a língua não sofre mais governo, nem há freio que a modere. Assente pois que um só não pode causar afronta a reino, província, cidade, república, nem a localidade considerada nos vizinhos todos que a habitam, salta aos olhos que não há que sair a campo para lavrar desafronta, onde não houve agravo. (...)"

2015-09-18

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.213)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1615)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Se a velhice vos surpreender neste honroso exercício, ainda que seja coberto de feridas, estropiado ou coxo, pelo menos não vos poderá colher sem honra e tal que a pobreza não vo-la poderá menoscabar. De resto, já se vai cuidando de alimentar e assistir aos soldados veteranos e inválidos, porque não é decoroso que se faça com eles o que fazem os senhores bárbaros com os escravos negros. Quando já estão velhos e não podem servir, dão-lhes alforria, que é o modo de pô-los fora de casa limpamente. Uma vez forros, passam a ser escravos da fome, escravidão essa de que só a morte os liberta. (...)"

2015-09-17

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.187)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1615)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Há nada mais legítimo que dois namorados envidarem todos os meios para realizarem as suas aspirações, que é casarem? Não deve esquecer-se que o maior inimigo que o amor tem é a penúria e até mesmo a simples necessidade na sua forma endémica, sabido que amor é alegria, regozijo e satisfação. (...)"

2015-09-16

XV Encontro de Bandas Civis de Mação

Banda da Sociedade Filarmónica União Maçaense
XV Encontro de Bandas Civis de Mação (2015)

Esse fim-de-semana que passou realizou-se por aqui o XV Encontro de Bandas Civis de Mação.
Para além da Banda anfitriã, a Sociedade Filarmónica União Maçaense, participaram também a Banda do Círculo Artístico e Musical Safarense e a Banda Filarmónica do Fratel.

Percursos individuais das Bandas
Banda do Círculo Artístico e Musical Safarense
Banda Filarmónica do Fratel
Banda da Sociedade Filarmónica União Maçaense

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.183)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1615)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Não é bonito tirar vingança dos agravos que o amor faz. Lembrem-se que amor e guerra são uma e a mesma coisa. Ora, do mesmo modo que na guerra é lícito usar de ardis e estratagemas para vencer o inimigo, nas rivalidades e competências amorosas têm-se por bons os logros e embustes que se põem em prática para conseguir o fim a que se aspira, dado que não sejam em menoscabo e desdouro do objecto querido. (...)"

2015-09-15

Zero Gravity

Jean Michel Jarre e Tangerine Dream
single do álbum Electronica 1: The Time Machine (2015)

Já não é novidade, mas faz parte do próximo álbum de Jean Michel Jarre, que será publicado a 16 de Outubro próximo.
Esta música é uma colaboração com Edgar Froese dos Tangerine Dream (possivelmente a última música em que este trabalhou antes de falecer no princípio deste ano) e foi editada em Junho em single (edição limitada de 1000 exemplares em vinyl de 12 polegadas).
No lado B é-nos proposta uma versão pelos Above & Beyond.

A: Zero Gravity
Jean-Michel Jarre + Tangerine Dream - Track Story
B: Zero Gravity (Above & Beyond Remix)

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.176-177)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1615)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) A mulher da foice tanto leva cordeiro como carneiro. Ao nosso cura ouvi dizer que entra com igual pé nas altas torres dos reis e nas humildes choças dos pobres. É uma senhora que tem mais poder que melindre; não é de má boca; de tudo come e enche o bornal com toda a casta de gente, idades e condições. Não é ceifeira que durma a sesta, A qualquer hora sega, tanto a erva verde como a madura. Ninguém a vê mastigar, engole tudo de uma bocada que nem que tivesse fome canina, e nada a farta. (...)"

2015-09-14

Today

David Gilmour
música do álbum Rattle That Lock (2015)

Começar a semana com uma novidade.
Disponibilizada no YouTube na semana passada, deparei com ele today, o vídeo de uma das músicas do novo álbum de David Gilmour, que será editado no próximo dia 18 de Setembro.

Today



Editado em 2015.09.30 (substituição da anterior ligação: https://www.youtube.com/embed/hidRwPiwYBU)

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.160-161)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1615)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) O sentimento do afecto e muito mais o do amor cega os olhos do entendimento, tão necessário para escolher estado. No do matrimónio, é imenso o risco que se corre e todas as cautelas são poucas. Quando alguém empreende uma grande jornada, se é cauteloso, antes de pôr-se a caminho procura companhia segura e agradável. Porque não há-de fazer o mesmo aquele que tem de jornadear a vida inteira até se lhe fecharem os olhos, muito mais se a companhia se lhe torna inseparável em toda a parte, na cama e na mesa, na sala e na rua, como é próprio de mulher com marido? (...)"

2015-09-13

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.157)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1615)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Por isso me limito a advertir Sua Mercê que, sendo poeta, poderá adquirir grande fama contanto que se guie mais pela opinião alheia do que pela própria. E se assim falo é porque sei que não há pai nem mãe a quem os filhos pareçam feios, e nos que são filhos do entendimento mais os cega este engano."

2015-09-12

Susceptibilidade vs. Insensibilidade

susceptibilidade

sus.cep.ti.bi.li.da.de - [suʃsɛtibiliˈdad(ə)]
nome feminino
1. qualidade do que é susceptível
2. disposição especial, física ou moral, para acusar vivamente qualquer influência externa
3. idiossincrasia
4. melindre

susceptibilidade eléctrica FÍSICA
constante da proporcionalidade, característica de diversos materiais, entre a polarização de um dieléctrico e o campo eléctrico que o origina

susceptibilidade magnética FÍSICA
relação entre a intensidade de magnetização produzida numa substância e a intensidade do campo magnético a que está sujeita

insensibilidade

in.sen.si.bi.li.da.de - [ĩsẽsibiliˈdad(ə)]
nome feminino
1. qualidade de insensível
2. falta de sensibilidade
3. figurado indiferença; desinteresse
4. figurado apatia; rigidez

susceptibilidade in Dicionário da Língua Portuguesa sem Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-09-12 08:45:00]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa-aao/susceptibilidade
insensibilidade in Dicionário da Língua Portuguesa sem Acordo Ortográfico [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2015. [consult. 2015-09-12 08:45:00]. Disponível na Internet: http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa-aao/insensibilidade

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.146)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1615)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Não ignoro que a valentia é uma virtude que dista igualmente de dois extremos viciosos: a cobardia e a temeridade. Vale mais porém que o valente suba até as raias do temerário do que desça aos baixios do cobarde. Assim como é mais propenso o pródigo do que o avaro a dar em liberal, assim o temerário mais facilmente que o cobarde dá em valente deveras. (...)"

2015-09-11

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.134)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Consoante uma opinião bem fundamentada, o poeta nasce poeta. O poeta que o é de raça sai já poeta do ventre de sua mãe. Com estro congénito, sem estudo nem artifício, torna-se um ourives de belezas que justificam aquele que pronunciou: est Deus in nobis etc. Acrescentarei por minha parte que o poeta nato, que se aproveita de todos os recursos da arte, avantajar-se-á sempre àquele que somente possuir os preceitos. E a razão está em que a arte não se antepõe à natureza, completa-a. Natureza e arte caldeadas produzirão o poeta sublime. (...)"

2015-09-10

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.132-133)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"- Os filhos são pedaços das entranhas de seus progenitores - respondeu D. Quixote. - Sejam bons, sejam maus, há-de-se-lhes querer como às almas, que são a nossa fonte de energia. Aos pais cumpre ensinar-lhes desde pequenos o caminho da virtude, da boa criação e dos costumes íntegros e penetrados da lei de Deus, para que, quando homens, sejam o bordão em seus provectos dias e glória da posteridade. Lá forçá-los a estudar esta ou aquela ciência, não o tenho por acertado, posto não haja inconveniente em procurar levá-los a bem. Quando não é forçoso queimar as pestanas para pane lucrando, sendo um felizardo o estudante que tem a herdar dos seus, a minha opinião é que se deixe cultivar aquela das ciências para que tenha inclinação. A poesia, embora seja menos útil que recreativa, não é daquelas que desacreditam a quem as pratica. A poesia, meu fidalgo, penso eu que é uma espécie de menina de tenros anos e extremamente formosa, que têm a seu cargo adornar, polir e tornar mais rica e sedutora muitas outras donzelas que são as demais ciências. De todas elas se deve servir e com todas elas se há-de autorizar. mas esta menina não entende ser empurrada, nem trazida para a rua, nem que a apregoem pelas esquinas das praças e recantos dos palácios. Saiu duma alquimia tão delicada que quem a souber tratar poderá convertê-la em oiro puríssimo. Cumpre recatá-la, não a deixando derramar-se em torpes sátiras e desconchavados sonetos. De maneira alguma deverá ser objecto de comércio, salvo o poema heróico, a tragédia digna, a comédia alegre e que desenfastia. Não se deixe manusear por truões nem tão-pouco pelo vulgo ignaro, incapaz de reconhecer e apreciar os seus tesouros. E não julgueis que dê o nome de vulgo ignaro somente à gente humilde e sem princípios. Os iletrados, figurem os seus nomes bem embora no brasonário, fazem parte deste número. Aquele que se entregar à poesia com os resguardos todos, tornar-se-á célebre e o seu nome proferido com respeito em nações civilizadas. (...)"

2015-09-09

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.131)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Não gosto de murmurar das vidas alheias, nem consinto que murmurem, estando eu presente. O que vai na casa dos outros não me interessa, nem me julgo com méritos que me permitam censurar os meus semelhantes. (...)"

2015-09-08

Thinking Out Loud

Ed Sheeran
single do álbum X (2014)

Antes que o dia acabe, aqui deixo a música com que comecei o dia, a partir de uma lista do YouTube...
Gosto particularmente do video, com o par a dançar.

11: Thinking Out Loud

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.124-125)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) É mais fácil magicar uma tramóia do que pô-la em prática e sair-se bem dela. D. Quixote é doido, nós temos juízo, e é ele que vai a rir-se de nós são e escorreito. Vossa Mercê está para aí feito numa salada. Afinal, quem é mais doido? Aquele que o é, porque não pode deixar de sê-lo, ou o que o é por sua rica vontade?
Respondeu Sansão:
- A diferença que há entre as duas espécies de doidos é que o doido a valer há-de sê-lo sempre e o doido por gosto deixará de sê-lo quando muito bem quiser."

2015-09-07

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.113)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"E tanto o vencedor é mais honrado
Quanto mais o vencido é reputado.
"

2015-09-06

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.99)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) é bom que gostes e mostres bom agrado não só aos autores das peças como aos que as representam. Contribuem para o bem público, pondo-nos a cada passo diante dos olhos um espelho em que se reflectem ao vivo os passos da vida humana. Como imagem do que somos e do que devíamos ser não há melhor. Senão, diz-me: já viste representar uma comédia em que entrem reis, imperadores, pontífices, cavaleiros, damas e personagens de vária ordem? Um faz de rufião, outro de embusteiro, este de mercador, aquele de soldado, tais e tais de simplórios e de namorados lorpas. Desce o pano, vão despir-se nos camarins e ficam todos iguais.
- Vi, sim, senhor.
- Pois o mesmo acontece no teatro da vida onde uns fazem de imperadores, outros de pontífices, e de quantos figurantes pode constar uma comédia. Em chegando ao fim, que é quando se acabam os dias, a todos a morte tira as roupas que os diferenciavam e ficam iguais na sepultura.
- Bem falado - proferiu Sancho - embora para mim já não fosse novo de todo. Pode comparar-se, se o meu entender não é errado, com o jogo de xadrez. Enquanto dura a partida, cada pedra desempenha o seu papel especial; acabou-se: baralham-se, misturam-se, confundem-se cavalos, bispos, reis, peões, e todos vão de cambulhada para o fundo da bolsa, como a gente para dentro das campas.
- Dia a dia te vais fazendo menos peco e mais esperto."

2015-09-05

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.82)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) quanto a ela, repara-me bem no seguinte: com que modos te recebe; muda de cores quando lhe estiveres a dar conta da tua embaixada; estremece ou enche-se de confusão ao ouvir pronunciar o meu nome; agita-se no coxim, caso a vás encontrar no seu rico estrado de alta senhoria; ou, estando levantada, repara se se planta ora num pé, ora noutro; quantas vezes repete o recado que te der; se lhe varia o teor das vozes, por exemplo, de meigo para áspero, de azedo para amorável; se leva a mão ao cabelo no jeito de compô-lo, mesmo que não o tenha em desalinho. Numa palavra, observarás todos os seus gestos e mesuras. Relatando-me tudo fielmente, poderei eu inferir o que abriga no íntimo do coração com respeito ao amor que lhe consagro. Não sei se sabes, Sancho, que entre amantes os gatimanhos e trejeitos que fazem, quando estão em causa os sentimentos, são correios certíssimos de notícias quanto ao que se passa no fundo da alma. (...)"

2015-09-04

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.81-82)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) teve medo que não acreditassem. A dita confita, em despeito das apreensões que lhe tolhiam a pena, lá se decidiu a contar as coisas, tais como se passaram, sem tirar nem pôr um chisgaravis à verdade, é certo que estando-se ninando também que o acoimassem de trapaceiro. E bem andou porque o fio da verdade por mais que se adelgace não quebra e ela é a tal droga que sobrenada ao de cima da mentira como o azeite da água."

2015-09-03

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.72-73)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Todas estas grandes proezas e outras de igual vulto foram e são obra da fama, a que os mortais aspiram como prémio dos seus feitos e prelibação da imortalidade. Nós, porém, cristãos católicos e cavaleiros andantes, devemos atender de preferência à glória futura, que consiste na eternidade celeste e etérea, do que à vaidade do renome que se alcança neste mundo caduco. Esta, por muito duradoira que seja, sempre há-de acabar com o próprio mundo, cujo fim está lavrado. (...)"

2015-09-02

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.71)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Ó inveja, raiz de todos os males, e verme roedor de todas as virtudes! No geral os vícios, Sancho, trazem consigo um princípio de deleite; pois o da inveja não traz senão desgostos, rancores e desesperos."

2015-09-01

D. Quixote de la Mancha (vol.II, p.63)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) Hoje somos, amanhã não. Tão depressa morre o cordeiro, como o carneiro, e ninguém pode contar neste mundo com mais horas de vida que aquelas que Deus lhe deu. A morte é surda e quando bate às portas da nossa vida, vem sempre apressada e nada a detém, nem rogos, nem lágrimas, nem ceptros, nem mitras, segundo é público e os padres o dizem dos púlpitos."