Thomas Mann Der Zauberberg (1924) (trad. Herbert Caro)
"- Oh! L'amour n'est rien, s'il n'est pas de la folie, une chose insensée, défendue, une aventure dans le mal. Autrement c'est une banalité agréable, bonne pour en faire de petites chansons paisibles dans les plaines. Mais quant à ce que je t'ai reconnue et que j'ai reconnue mon amour à toi,- oui, c'est vrai, je t'ai déjà connue, anciennement, toi et tes yeux merveilleusement obliques et ta bouche et ta voix, avec laquelle tu parles - une fois déjà, lorsque j'étais collégien, je t'ai demandé ton crayon, pour faire enfin ta connaissance mondaine, parce que je t'aimais irraisonnablement, et c'est de là, sans doute c'est de mon ancien amour pour toi que ces marques me restent que Behrens a trouvées dans mons corps, et qui indiquent que jadis aussi j'étais malade... (9)
Os seus dentes bateram. Enquanto divagava, retirou um pé de sob o assento rangente, e ao avançar este pé, tocou o chão com o outro joelho, de maneira que ajoelhava diante dela, a cabeça curvada e o corpo trémulo.- Je t'aime - balbuciou - je t'ai aimée de tout temps, car tu es le toi de ma vie, mon rêve, mon sort, mon éternel désir... (1)." (9) Oh, o amor nada é, se não é loucura, uma coisa insensata, proibida, uma aventura no mal. De outro modo seria banalidade agradável, que só prestaria para sobre ela se fazerem cançõezinhas pacíficas nas planícies. Mas quanto ao que em ti reconheci, quando reconheci o amor que por ti sinto . sim, é verdade, já te conheci há muito , muito tempo, a ti e a teus olhos maravilhosamente oblíquos, e à tua boca, e à tua voz com que falas - e já uma vez, quando estava no colégio, te pedi um lápis, para, enfim, travar relações sociais contigo, porque amava-te irracionalmente, e é disso, sem dúvida, é do meu antigo amor por ti que me restam estas marcas que o Behrens encontrou no meu corpo e que indicam que também estava doente outrora... (1) Amo-te,- balbuciou -, amei-te sempre porque és o Tu da minha vida, meu sonho, meu destino, meu eterno desejo... |
2014-09-03
A Montanha Mágica (p.358-359)
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