Thomas Mann Der Zauberberg (1924) (trad. Herbert Caro)
"(...) Wehsal tinha a mania de ventilar problemas como este: era ou não era razoável declarar o seu amor a uma mulher que se amava, mas que manifestamente não correspondia? Que pensavam da declaração de amor sem esperança? Ele, pela sua parte, atribuía-lhe extraordinário valor; segundo a sua opinião, encerrava uma felicidade indizível. O acto da confissão, embora despertando repulsa e comportasse muita humilhação, aproximava, contudo por um instante do objecto do desejo, introduzia-o na confidência, no elemento da própria paixão. Mesmo que tudo terminasse, a perda eterna não representaria um preço excessivo pela volúpia desesperada de um único momento: porque o desabafo era um acto violento, e quanto maior a repugnância que se lhe opusesse, mais gozo proporcionaria. (...)"
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2014-09-11
A Montanha Mágica (p.447)
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