2014-09-12

Brincar às profissões

Não estava à espera que a mais velha quisesse ir, uma vez que já tem a idade máxima para entrar, para a brincadeira. Até porque, no ano anterior, quando fui pela primeira vez com a mais nova, ela já me tinha dito que aquilo era para putos, e que não lhe interessava ir. Por isso, fiquei surpreendido, agradavelmente surpreendido, quando, uns dias antes do início das férias, ela me disse que também gostava de ir.
Claro que tive de fazer um orçamento rectificativo, tanto mais que, indo a mais velha, também a avó delas iria, pelo que vai de procurar algum desconto ou promoção que permitisse reduzir o aumento do custo em ingressos. E no site encontrei a solução ideal, o novo bilhete família, exclusivo para compras antecipadas na rede de bilheteiras lá indicada. Por isso o fomos comprar na véspera.
Esta aquisição antecipada cedo revelou outra vantagem, assim que lá chegámos e vimos o tamanho da fila para comprar os bilhetes, e vimos que havia outra fila, bem mais pequena, para quem já tivesse bilhetes. Curta espera e... "Bem-vindos à KidZania!"

Lá dentro, as miúdas passaram a ser cidadãs, eu e minha mãe passámos a turistas. Da quantidade de coisas que lá se podem escolher para fazer, as cidadãs começaram por nos levar numa viagem de avião, foram distribuir correio e a mais pequena foi às compras no hipermercado, enquanto a mais velha ficou a contar o dinheiro. A mais velha começou por dizer que só estava lá para ajudar a mais pequena a ganhar mais dinheiro, depois começou a ver coisas que lhe interessavam fazer, como a escalada, que a mais pequena também quis seguir, e depois resolveram ir cada uma para seu lado, para satisfazer as suas preferências.
A avó foi com a mais velha, jogar futebol e depois estudar na universidade, onde tirou duas licenciaturas. Eu fiquei com a mais pequena, que acompanhei à maternidade, onde foi tratar dos bébés, e depois fomos assistir à peça de teatro "Peter Pan, Uma Aventura na Terra do Nunca" para logo depois voltarmos à escola de teatro (depois de uma primeira tentativa falhada por já estar lotada - só havia lugar para seis, duas sessões por dia...) porque a pequena queria actuar. E prestou-se a esperar meia hora até a escola abrir e mais meia hora para o ensaio...
Cá fora, a minha mãe e a minha maior juntaram-se a mim, para irmos assistir ao espectáculo no teatro. A peça durava pouco mais de vinte minutos, e a nossa artista só apareceu a meio, no papel de um dos meninos perdidos, e, claro, eu só tinha olhos para ela... Foi muito divertido! No final, fomos esperá-la na saída dos artistas, como uma estrela!
Depois ainda houve tempo para uma ida à discoteca, todos juntos, e novamente separados, eu fui levado pela pequena à clínica veterinária e ao oculista, enquanto a mais velha ainda foi tirar mais uma licenciatura, acompanhada pela avó.

Uma amiga minha disse que aquilo é divertido para os miúdos, mas uma seca para os pais; outra contou-me que pai e mãe se revezaram lá dentro e fora, para não se cansarem tanto; a minha mãe logo que lá chegou informou-se se podia sair e voltar a entrar, mas não chegou a fazê-lo. Eu fui-me entretendo a fotografar e filmar as filhotas, e nos tempos mais mortos, fiz ver à mais pequena, entre as muitas coisas que pode ter aprendido, que também tem de saber esperar, que saltar de umas filas para as outras não lhe permitia fazer mais coisas e só aumentaria o tempo passado à espera... aprender a ter paciência, que ela revelou ter!

Nesse dia fiz mais filmes do que tirei fotografias, e destas, as que aqui apresento são apenas fragmentos delas... como fragmentos das memórias de tudo o que se passou.

Clicar em cima das fotos para ver em maior.

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