Thomas Mann Der Zauberberg (1924) (trad. Herbert Caro)
"(...) O espanto em face da morte remontava a épocas de um nível cultural extremamente baixo, nas quais a morte violenta fora a regra, e o carácter terrível que a revestira por muito tempo associara-se, no sentimento do Homem, à ideia da morte em geral. Graças ao desenvolvimento da higiene como ciência e à consolidação da segurança pessoal, porém, a morte natural tornara-se comum, e ao trabalhador moderno a visão do repouso eterno, após o esgotamento normal das suas forças, de modo algum se afigurava medonho, mas esperado e desejável. Não, a morte não era um fantasma nem um mistério; era um fenómeno inequívoco, racional, fisiológicamente necessário e desejável; perder um tempo excessivo com a sua contemplação seria roubar à vida o que lhe cabe. (...)"
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2014-09-13
A Montanha Mágica (p.478)
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