Miguel de Cervantes Saavedra D. Quixote de la Mancha (1605) (trad. Aquilino Ribeiro)
"(...) daqui se há-de inferir que qualquer capítulo que se leia da história de um cavaleiro andante causará o deleite e maravilha de quem a ler. Vossa Mercê creia no que lhe digo e vá ler esses livros. Verá como dissipam a melancolia, se é atreito a isso, e lhe dulcificam os humores se os traz maus. O que lhe posso garantir, pelo que me diz respeito, é que depois qu me meti a cavaleiro andante sou valente, comedido, liberal, bem-educado, generoso, cortês, audaz, meigo, tolerante, sofredor, até o estoicismo, de trabalhos, prisões e encantamentos. (...)"
"(...) O pobre está inibido de poder mostrar a virtude da largueza com quem quer que seja, posto a possua em sumo grau. E quanto a espírito de reconhecimento, esse consiste em vê-lo-emos, é um cadáver, como cadáver é a fé sem obras. (...)" |
2015-08-18
D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.548)
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