2015-08-18

D. Quixote de la Mancha (vol.I, p.548)

Miguel de Cervantes Saavedra
D. Quixote de la Mancha (1605)
(trad. Aquilino Ribeiro)


"(...) daqui se há-de inferir que qualquer capítulo que se leia da história de um cavaleiro andante causará o deleite e maravilha de quem a ler. Vossa Mercê creia no que lhe digo e vá ler esses livros. Verá como dissipam a melancolia, se é atreito a isso, e lhe dulcificam os humores se os traz maus. O que lhe posso garantir, pelo que me diz respeito, é que depois qu me meti a cavaleiro andante sou valente, comedido, liberal, bem-educado, generoso, cortês, audaz, meigo, tolerante, sofredor, até o estoicismo, de trabalhos, prisões e encantamentos. (...)"

"(...) O pobre está inibido de poder mostrar a virtude da largueza com quem quer que seja, posto a possua em sumo grau. E quanto a espírito de reconhecimento, esse consiste em vê-lo-emos, é um cadáver, como cadáver é a fé sem obras. (...)"

Sem comentários: