Marguerite Yourcenar L'Oeuvre au Noir (1968) (trad. António Ramos Rosa, Luísa Neto Jorge e Manuel João Gomes)
"(...) Quando nossos pais pegaram, pela primeira vez, o fogo à mecha, julgou-se que essa tonitruante descoberta iria semear a confusão na arte bélica e abreviar os combates por falta de combatentes. mas tal não sucedeu, graças a Deus! Mata-se mais (e mesmo assim duvido) e os soldados manejam o arcabuz em vez da besta. Mas a velha coragem, a velha cobardia, a velha manha, a velha disciplina e a velha insubordinação continuam a ser as mesmas, do mesmo modo que a arte de avançar, de recuar ou de continuar no mesmo sítio, de meter medo ou de fingir não ter medo. Os nossos guerreiros ainda plagiam Aníbal e compulsam Vegécio. Continuamos como dantes a farejar a cauda dos mestres."
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2015-02-23
A Obra ao Negro (p.100)
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